
Preparadores físicos e fisioterapeutas do Grêmio passarão as próximas 72 horas envolvidos naquela que é considerada a tarefa mais urgente da temporada até aqui. Trata-se de colocar o atacante Luan em condições de enfrentar o Botafogo, quarta-feira, na Arena, e fazê-lo ajudar na tarefa de levar o time às semifinais da Libertadores. O empate sem gols na primeira partida, no Rio, força o Grêmio a uma vitória para evitar uma decisão nos pênaltis, hipótese considerada assustadora pela torcida a partir de outros exemplos deste ano. Pelo saldo qualificado, o adversário sairá classificado se houver empate com gols.
O trabalho para recuperar Luan e também Geromel já teve início durante os sete dias que o time passou no Rio para enfrentar Vasco e Botafogo, conforme destacou o preparador físico Rogério Dias.
— Lá, como eles estavam concentrados, eram três turnos. Faziam tratamento até à noite. Aqui, o trabalho é em dois períodos — esclareceu.
Foi o caso deste fim de semana. Neste domingo, junto com Geromel, que também recupera-se de lesão muscular, mas encontra-se em estágio mais avançado, e também Edilson, que sente dores nas costas, Luan fez tratamento no CT Luiz Carvalho e só chegou na Arena minutos antes de Grêmio e Chapecoense.
— Eles sempre fazem alguma atividade física. Não ficam apenas na maca para tratamento— destaca Rogério.
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Uma avaliação marcada para a tarde desta segunda-feira (18) apontará se Luan terá condições de realizar trabalho com bola, dentro de campo. Se não for liberado, sua participação contra o Botafogo poderá ser descartada.
Ainda que o momento seja grave, Renato não exigirá dos jogadores qualquer sacrifício cuja consequência seja criar um problema ainda maior.
— Podem ter certeza de que jamais colocarei um jogador em campo sabendo que a lesão pode ser agravada. Se eu souber que há qualquer tipo de risco, não vou escalar— avisou o técnico na entrevista depois da derrota deste domingo (17).
Ainda assim, Renato não deixa de salientar a importância de Luan para que o time faça gols.
— É preciso ter um jogador de criação no meio. Quando não temos Luan, perdemos um pouco. Ele faz a diferença, nos ajuda bastante— diz o técnico.
Quando ocorre a ausência, restam as improvisações. Foi o que ocorreu com Léo Moura, no primeiro jogo contra o Botafogo. Ou Ramiro, ontem. Nos dois casos, a produção foi insatisfatória.
— Mas não vamos ficar nos lamentando, nem achando desculpas— completa Renato.
Luan não atua desde 23 de agosto, o dia da eliminação na Copa do Brasil frente ao Cruzeiro, no Mineirão. Pouco depois, foi convocado pela Seleção Brasileira para os jogos contra Equador, no qual esteve em campo nos sete minutos finais, e Colômbia, em que não entrou. Um dia após o retorno, sofreu uma lesão na coxa direita, inicialmente diagnosticada como um edema. Coube a Renato revelar que havia se tratado de um estiramento grau 1.
Com ou sem Luan, o rendimento ofensivo é preocupante. Dos sete últimos jogos, em apenas dois o time marcou gols. O primeiro, contra o Cruzeiro, dia 16 de agosto, o de abertura das semifinais da Copa do Brasil. O outro foi a goleada por 5 a 0 contra o Sport, da qual Luan sequer participou por estar na Seleção.
— Meu time não é instável, nem previsível. É claro que não estamos em um momento maravilhoso, mas conseguimos um bom resultado no Rio, com casa cheia. Não fizemos gols, mas também não tomamos— diz Renato.
Depois do treino de hoje, já terá início a concentração para o jogo de quarta, decisivo para o futuro do clube na temporada.