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O árbitro de vídeo é a maior mudança da história das regras do futebol. Estamos às vésperas de presenciar o momento em que fatores externos vão interferir nas decisões de campo. Não significa que os erros de arbitragem vão acabar no futebol brasileiro. Aposto, aliás, que, em um primeiro momento, as polêmicas serão ainda maiores do que qualquer outra que tivemos até agora. Será necessária muita paciência nesse momento de transição.
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Sou totalmente favorável ao uso da tecnologia na arbitragem. Já passou da hora de termos uma evolução neste sentido. Ainda assim, confesso que fiquei assustado com a notícia de que a CBF decidiu colocar em prática o recurso imediatamente. É lógico que erros do apito, como o gol de mão marcado por Jô, do Corinthians, evidenciam a incapacidade do olho humano para acompanhar a velocidade do futebol atual. Mesmo assim, me preocupa a ideia de que uma transformação radical está sendo implementada a toque de caixa.
Os árbitros precisarão aprender a forma correta de operar o processo. O público será impactado de maneira avassaladora. Nem mesmo a imprensa, que tem a missão de elucidar dúvidas, tem a clareza de como as coisas vão funcionar. Colocar o árbitro de vídeo em prática depois da metade de uma competição é o ideal? Como ficam todos os erros que prejudicaram equipes ao longo do Brasileirão? Se o São Paulo tiver um gol de mão anulado contra o Corinthians, na próxima rodada, ninguém lembrará do gol de Jô? Não seria melhor esperar o jogo parar e adotar a regra em 2018? São algumas perguntas que ficam sem resposta neste momento.