
Alvo de duas ações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o campo de golfe olímpico na Barra da Tijuca vem exigindo explicações do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes. Nesta quarta-feira, antes de fazer a primeira visita oficial às obras do espaço, ele apresentou para a imprensa um dossiê contendo explicações sobre os pontos de conflito do projeto e desmentiu a informação de que teria pressionado pela construção do empreendimento.
- É uma besteira dizer que está se cometendo crime ambiental aqui. É tudo falácia. Mentiras não podem prevalecer - disse Paes.
Durante a visita da cúpula do Comitê Olímpico Internacional (COI) ao Rio, no final de fevereiro, o presidente da entidade, Thomas Bach, foi questionado por um grupo de universitários sobre assuntos referentes à Olimpíada, entre eles o motivo da construção do campo de golfe, já que a cidade já contava com dois equipamentos (Itanhangá Golf Club e Gávea Golf And Country Club). O alemão teria dito que Paes pressionou pela construção.
- O que ele falou não é a tradução literal que alguns órgãos de imprensa fizeram, que eu teria feito pressão para que o campo de golfe fosse construído. O que ele quis dizer é que estou me esforçando muito para o campo de golfe acontecer, é claro. As razões que nos levaram a fazer o campo não têm a ver com nenhuma pressão do interesse privado e da especulação imobiliária, como alguns querem insinuar - disse Paes, que exibiu o vídeo da respsta de Bach ao estudante.
A construção vem sendo questionada pelo MP-RJ por dois motivos: seria responsável por causar danos ambientais à região, que é área de proteção ambiental (APA), e por causa de um possível favorecimento à construtora RJZ Cyrela, responsável pelos trabalhos. O custo do campo é estimado em R$ 60 milhões, a serem pago com recursos privados. Paes se defende de todas as acusações:
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- O golfe não estava na previsão da candidatura do Rio de Janeiro (em 2009). Para mim, parecia natural que fizéssemos o campo nos locais existentes na cidade. O tempo todo era minha preferência. É mentira que o Itanhangá tenha se oferecido para pagar todas as adaptações. Então, cedi à pressão e falei que teríamos de fazer no local onde já existia uma licença para construir aqui.
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Ativistas protestam contra a construção do campo em frente à obra (Foto: Vinicius Vaccaro)

*LANCEPRESS