O Pan-Americano de Toronto, no Canadá, começou oficialmente na noite desta sexta-feira. Com duas horas e meia de duração, a cerimônia de abertura no Rogers Centre lotado animou plateia e delegações. A entrada da tocha no início da apresentação e a performance do grupo circense canadense Cirque du Soleil foram os pontos altos do evento. Confira o que deu certo e o que deu errado:
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O que deu CERTO
Chegada da tocha
Foto: Hector Retamal / AFP
Após uma abertura com referência aos povos indígenas que povoaram o Canadá, a tocha do Pan apareceu logo no início da festa. Os velocistas Robert Esmie, Glenroy Gilbert, Bruny Surin, Donovan Bailey e Carlton Chambers, vencedores do revezamento 4x100m na Olimpíada de Atlanta, em 1996, apareceram em um vídeo no qual passavam a tocha um ao outro.
O video termina com Donovan Bailey, recordista mundial dos 100m também em Atlanta, saltando da CN Tower, a terceira torre mais alta do mundo, em direção à arena onde ocorria a cerimônia. O teto, então, se abriu e Bailey desceu com o fogo dos jogos em mãos, preso por cabos.
Cirque du Soleil
Foto: Omar Torres / AFP
A apresentação do grupo circense fundado no Canadá Cirque du Soleil foi exatamente um espetáculo. Com muita luz, som e cores, bailarinos e figurantes encantaram o público numa performance que lembrou a vida do atleta. Eles interpretaram aqueles sonhos que acabam no meio do caminho e outros que são alcançados, com a presença de centenas de crianças.
No momento mais emocionante, os atletas tomaram o "trem da vida", onde muitos esportistas precisam entrar e abandonar suas famílias em busca do triunfo. Algumas modalidades foram lembradas, como o dardo, salto em distância, luta olímpica e BMX. Para evidenciar a integração entre as pessoas, diversas pessoas portadoras de deficiência estiveram presentes na apresentação.
Por outro lado, também é possível questionar o tamanho da performance do circo com relação à apresentação da cidade de Toronto e da cultura canadense. Em certo momento, a cerimônia de abertura do Pan pareceu mais um show da trupe do que um evento esportivo.
Muita luz, cor e som
Foto: Geoff Robins / AFP
Em nenhum momento da cerimônia, as performances ficaram tímidas. Os canadenses esbanjaram do colorido, das trocas de luzes e souberam encaixar o som com a iluminação e a apresentação teatral. Um enorme telão no fundo do palco alternava imagens a todo momento.
O show de fogos de artifício e a iluminação em movimento da CN Tower após o acendimento da chama pan-americana encerraram o evento em alto nível.
O que deu ERRADO
Figurino brasileiro
Foto: Geoff Robins / AFP
A vontade brasileira de sempre surpreender às vezes parece sair um pouco da linha da normalidade. A delegação brasileira entrou no Rogers Centre colorida de verde, amarelo e azul. Enquanto os homens, assim como o porta-bandeira, o nadador Thiago Pereira, usavam paletós verdes com detalhes em azul e amarelo, as mulheres entraram com blazers e vestidos azuis, com detalhes em verde e amarelo. Enfim, uma confusão de cores.
Plaquinhas tecnológicas
Foto: Omar Torres / AFP
Para tornar o espetáculo cada vez mais tecnológico, a organização do Pan decidiu substituir as famosas plaquinhas de identificação dos países participantes por painéis de LED. Na transmissão televisiva, porém, os letreiros em vermelho com fundo escuro prejudicaram a leitura dos nomes das nações.
Um ritmo para cada país?
A intenção era utilizar uma música, ou ritmo, diferente a cada nação que adentrava ao Rogers Centre. Porém, a maioria das "batidas" não tinha lá tanta dissonância com relação à delegação seguinte. No fim, a impressão que passou foi a de praticamente o mesmo ritmo em todos os desfiles.
Os discursos
Como em toda cerimônia de abertura de um grande evento esportivo, a parte dos discursos amornou o ânimo dos espectadores. Falas arrastadas e intermináveis dos organizadores do Pan, seguidas de algumas homenagens, tornaram o espetáculo enfadonho. As duas horas e meia foram superadas. E quando se achava que tinha terminado, seguiram-se mais performances no palco...
Gafe no revezamento da tocha
Para não faltar a famosa gafe em um evento do tamanho de um Pan-Americano, uma das mulheres que revezaram a condução da tocha até o acendimento da chama se perdeu no caminho. Ela parou em alguns momentos de seu percurso, em meio aos atletas, e perguntava aos organizadores para onde seguir. Depois de alguns segundos de nervosismo, acabou encontrando o rumo correto.
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