
O ranking de atletas, criado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para equilibrar forças entre as equipes que disputam a Superliga, se tornou alvo de protestos por parte de atletas nesta sexta-feira.
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Diversos nomes da seleção brasileira feminina, como Sheilla, Jaqueline, Adenízia, Camila Brait, Dani Lins, Fabiana e Natália, postaram textos em suas redes sociais pedindo o fim do ranqueamento.
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O motivo principal da revolta, segundo as mensagens das próprias atletas, é o fato da oposto Elisângela, que defende o Osasco, poder se aposentar de maneira forçada nesta temporada. Sua presença no elenco deixaria a equipe com pontuação superior à máxima prevista no ranking.
De acordo com as atletas da seleção, Elisângela teria de sair de Osasco pois alguns clubes teriam se negado a diminuir a pontuação da jogadora no ranking anual de 1 para 0, e as equipes não podem extrapolar o máximo de pontos permitido pela confederação na soma de seu elenco.
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Ainda de acordo com o texto de protesto das jogadoras, Elisângela enviou uma carta aos clubes pedindo a redução de sua pontuação, mas o pedido não foi acatado por alguns. Segundo o LANCE! apurou, o Praia Clube e o Pinheiros não aceitaram a solicitação, e o Sesi se absteve.
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Elisângela teve participação importante na Seleção Brasileira principalmente no fim da década de 90. Ela é medalhista olímpica (levou o bronze em Sydney-2000) e campeã do Grand Prix (2004) e dos Jogos Pan-Americanos (Winnipeg-1999) pelo Brasil.
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Confira as postagens:
Sheilla
"Indignação, raiva. Resolvi começar com essas palavras porque estes são os sentimentos que nos movem neste momento. É lamentável a indiferença que alguns clubes brasileiros tratam os atletas e para piorar a situação ainda somos obrigadas a conviver com a questão do ranking, que já não era para existir faz tempo, devido à falta de verba da maioria dos clubes do nosso país. Estamos perdendo uma grande atleta, a Elisangela que por tantos e tantos anos defendeu brilhantemente a camisa da Seleção Brasileira, por causa deste ranking. Lili está sendo obrigada a antecipar sua aposentadoria. Sabe o que é mais triste? Ela fez uma carta solicitando aos clubes para baixarem em um ponto o seu ranqueamento, para se encaixar no elenco de Osasco que de comprometeu a ficar com ela. E três deles se negaram. O que vai acontecer? Provavelmente o voleibol vai perder uma craque de bola precocemente pela falta de respeito com a nossa classe. Lamentável!"
Jaqueline
"Passei por isso e não gostaria que ninguém mais passasse! Principalmente uma jogadora que já fez tanto pela nossa seleção e pelo vôlei brasileiro! Estamos perdendo uma grande atleta, a Elisangela que por tantos e tantos anos defendeu brilhantemente a camisa da Seleção Brasileira, por causa deste ranking. Sabe o que é mais triste? Ela fez uma carta solicitando aos clubes para baixarem em um ponto o seu ranqueamento, porque somente assim teria chance de continuar em Osasco e disputar a Superliga. E alguns deles se negaram. Como aconteceu no meu caso na última temporada! O que vai acontecer? Provavelmente o voleibol vai perder uma craque de bola precocemente!! É triste mas é a nossa realidade! As coisas poderiam mudar! Todo mundo sairia ganhando, principalmente os apaixonados pelo voleibol!!"
Adenízia, Camila Brait, Dani Lins, Fabiana e Natália
"Hoje resolvi falar sobre uma questão que há tempos vem me incomodando. Essa questão de ranking da CBV, precisa ser repensada. Um dos casos é com a nossa querida Elisangela, que após Paulista, vai se ver sem equipe pra jogar! A Lili, tem uma questão muito simples de resolver, mas a Cbv e alguns clubes não me parecem dispostos a dialogar e serem sensatos. A atleta tem 37 anos, não seria de forma alguma uma ameaça a quem quer que seja. O Osasco, já se propôs a ficar com ela, mas alguns clubes não querem ser razoáveis. Isso que está acontecendo é um absurdo! Ela é uma jogadora que serviu a seleção por muito tempo e merece respeito por tudo que abriu mão na vida pelo país. Assim, ela vai ser obrigada a encerrar a carreira. Nós atletas, deveríamos saber a hora de parar e não sermos obrigados por forças externas a sermos aposentados! Essa situação é lamentável e inaceitável! Precisamos fazer alguma coisa. Os atletas precisam ter mais voz ativa nas decisões, afinal, nós somos as estrelas da companhia! Merecemos mais respeito! Isso precisa mudar! E não estou sozinha nesse pensamento. Nenhum atleta merece ser encostado à força por ninguém! O que será de nós daqui a um tempo? Serei obrigada a parar? Os anos que me dediquei à seleção e clubes não me servem de nada? Não há no Brasil respeito pelos atletas, enquanto servimos, ótimo! Depois...a memória encurta..."
*LANCEPRESS!