Foi uma aula de futebol para quem quisesse ver (e um enorme público quis ver, ao vivo, no Engenhão). Cheia de personalidade, a seleção feminina usou a seu favor o barulho da torcida e, de modo avassalador, fez 5 a 1 sobre o respeitável time da Suécia. O prêmio por isso? A classificação antecipada às quartas de final da Olimpíada.
Em termos de estratégia e atuação, deu tudo certo – uma lesão de Cristiane, no segundo tempo, impediu que a noite fosse perfeita para o grupo feminino. Depois de golear a China por 3 a 0, Vadão optou por manter a formação inicial da primeira rodada olímpica. Mesmo com a aparição destacada da caçula Andressinha no segundo tempo da partida passada, o treinador optou por manter Thaísa na equipe. E a sombra das reservas fez bem às titulares.
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Empurradas por um grande número de torcedores, bastantes barulhentos, a seleção foi para cima das suecas e exerceu forte pressão inicial. Mas a experiência adversária, por alguns minutos, permitiu que as europeias controlassem o ritmo das donas da casa. Permitiu, também, um susto aos 10 minutos. No desvio de Schelin, Bárbara precisou salvar o Brasil.
A resposta pelo perigo levado ao gol brasileiro foi dado por Marta. Lançada por Cristiane, ela chutou na saída da goleira, que defendeu com os pés, aos 12 minutos.
Estava claro: seria preciso ter atenção durante todo o tempo, tamanho o nível das atletas. E foi justamente uma imperdoável desatenção sueca que levou o Brasil ao primeiro gol. Enquanto Berglund esperava por Lindahl, e Lindahl aguardava por Berglund, a centroavante Bia intrometeu-se no ínterim de indecisão e fez 1 a 0.
Estava bom demais. Mas podia ser ainda melhor. Muito melhor. Que tal, então, um feito histórico? Aos 24 minutos, no cruzamento de Marta, Cristiane desviou de letra e, com um golaço, fez 2 a 0 – nada menos do que o seu 14º gol em Olimpíada, o que a transforma na recordista mundial quando o assunto é gols nos Jogos Olímpicos. Sim, entre homens e mulheres de todos os países!
O problema, para as suecas, era que não apenas Cristiane estava inspirada. Era a equipe inteira, e, às vezes, apenas a falta era capaz de conter os avanços brasileiros. Ocorre que, numa dessas ocasiões, Cristiane avançou e foi derrubada dentro da área. Pênalti, que Marta cobrou e fez 3 a 0, aos 43 minutos.
Controlando o jogo, o Brasil não levava sustos. Com a situação, até baixou o ritmo no segundo tempo e chegou a perder Cristiane, com preocupante lesão na coxa, aos 21 minutos. Mas, ainda assim, seguiu marcando: aos 34 minutos, Marta dominou com classe e fuzilou, fazendo 4 a 0. Mais seis minutos e: 5 a 0, com mais um gol de Bia. Estava fácil demais.
E, então, as brasileiras pagaram por um lapso. Aos 44 minutos, Schelin descontou. Mas já era tarde. Já era goleada. Já não tinha problema, a classificação estava garantida. Mesmo que ainda haja uma rodada restante nesta primeira fase: terça, às 22h, contra a África do Sul.
*ZHESPORTES
