Adriano de Carvalho
Há cinco anos no futebol russo, o ex-volante do Grêmio Adílson Warken amadureceu. Deixou Porto Alegre com 24 anos, após formar o meio-campo do time de Renato em 2010 ao lado de Fábio Rochemback. Agora com 29, acalenta o desejo de voltar. Até porque seu contrato com o Terek, de Grosny, se encerra em maio. Em entrevista à coluna, Adílson fala sobre seu futuro.
O quanto você cresceu no futebol russo?
Dentro e fora de campo, aprendi muito. Você convive com várias culturas, passei a falar mais idiomas, como o inglês e o russo. É a oportunidade de viajar pela Europa inteira. Tive a oportunidade de enfrentar jogadores de alto nível, como Hulk e Giuliano, que veio agora para o Zenit. O nível é muito alto aqui. Trabalhei com três treinadores, com metodologias variadas.
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Em termos táticos, você evoluiu?
Saí do Brasil com uma boa base já. Aprendi muito com o Paulo Autuori no Grêmio. Então, não foi tão difícil me adaptar. Inclusive, o atual técnico da Rússia, Stanislav Cherchesov, foi quem me trouxe para o Terek. Ele tem métodos interessantes de jogo, aposta na velocidade e na ligação rápida. O passe de ruptura de defesas, estar mais com a bola no pé. Nestes aspectos, eu evoluí.
Cinco anos é o bastante? Deseja voltar?
Como jogador de futebol, a gente não tem muito este controle sobre a carreira. Meu contrato se encerra em maio do ano que vem. Estou analisando situações do Brasil, na Europa e na Ásia. Vai depender da situação que se encaixar melhor. Não tenho certeza de nada, tenho que aguardar o que vier.
Você recebeu sondagens de Grêmio e Inter?
Alguns clubes me ligaram. Mas são situações de confiança, não posso revelar quais foram. Passei minhas informações e detalhei a situação. Vai depender da negociação com o clube, existe a possibilidade de assinar um pré-contrato. As possibilidades estão todas na mesa.
Grêmio tem preferência por ter te revelado?
Todos sabem do carinho que eu tenho pelo Grêmio. Tudo depende da situação que é oferecida para mim. Não diria que há preferência. O que posso dizer é que ficaria muito feliz de morar em Porto Alegre. Até porque estaria perto da minha família. Seria algo muito bacana.
Jogaria no Inter, mesmo com o possível rebaixamento?
Tenho um respeito pelo Inter muito grande. Desde a época em que eu estava na base. É uma questão de negociar. Quero um futuro melhor para mim. Não teria problema de jogar no Inter.
Você criticou a postura de Vitinho. Jogaria com ele?
Acho ele um excelente jogador. Principalmente pelo desempenho que ele teve no Inter. O que critiquei foi a postura de alguns brasileiros no exterior. Mencionei a polêmica no Twitter, a gente sofre este preconceito na Europa por ser brasileiro. Tive que conquistar a confiança de várias pessoas aqui para superar isso. Mas aquela polêmica foi desnecessária. Eu não faria de novo.
Você acredita em título do Grêmio na Copa do Brasil?
Estou confiante. Teoricamente, o Atlético-MG tem um grupo mais forte. Mas é nesta adversidade que o Grêmio costuma se dar bem. Então, acreidto que, com o treinador certo e o momento certo, o time terá mais confiança. Penso que o Grêmio tem tudo para ser campeão.
Você trabalhou com Renato. Como ele age na hora da decisão?
O Renato é muito tranquilo nestes momentos. Ele foi jogador, viveu muito este tipo de situação. Ele tira a responsabilidade e dá confiança aos jogadores. Permite que os atletas desenvolvam seu melhore futebol sem se preocupar com as consequências. Isso é um diferencial dele.
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