A ressaca destruiu na madrugada de hoje cerca de 20 quiosques que ficavam em praias gaúchas. Em Capão da Canoa, no Litoral Norte, a maré começou a subir por volta da meia-noite e invadiu a orla. Proprietários dos estabelecimentos ainda tentaram salvar seus pertences, como eletrodomésticos e alimentos, mas tiveram um grande prejuízo com a ressaca, a segunda nos últimos dez dias. A força da água, que pode ter avançado cerca de 50 metros na areia, carregou pelo menos quatro estruturas de PVC e madeira, na altura da guarita 73. Ninguém ficou ferido.
- Nesses 11 anos de trabalho aqui nunca tinha visto uma ressaca tão grande e forte. Perdi tudo - lamenta o comerciante Antônio Vichinhski.
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A água, que invadiu o bar Baronda, está além das guaritas, a cerca de 10 metros do Calçadão, onde salva-vidas montaram postos provisórios. Na manhã de hoje, o mar continua alcançando os pontos onde estavam quiosques, mas está mais calmo. Mesmo assim, a bandeira vermelha na praia exige atenção dos banhistas. Por volta das 8h30min, a temperatura era de 20°C em Capão, com vento fraco, de cerca de 6 km/h.
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Estragos em outras praias
A ressaca também provocou problemas em Atlântida Sul, onde dois quiosques foram arrastados por cerca de 30 metros. Por volta das 10h, dois proprietários entraram no mar para tentar "resgatar" uma geladeira que foi levada pela água e ficou presa na areia.
Em Tramandaí, o mar também chegou ao Calçadão durante a madrugada, cinco quiosques foram destruídos e outros dez danificados. A ressaca espalhou lixo na praia e obrigou veranistas a ficaram nas dunas. Em Rainha do Mar, a água também provocou estragos em quiosques assim como em Xangri-Lá, onde quatro estruturas foram afetadas.
Em Torres, há alerta em praias, como Guarita e Prainha, onde nesta manhã a água ainda bate forte nas pedras aumentando o risco de afogamentos. Por medida de segurança, a plataforma em Atlântida foi fechada para visitação.
No Litoral Sul, na praia do Cassino, cinco guaritas caíram e banheiros químicos na beira da praia também foram atingidos. A praia ficou coberta de lodo em uma extensão de cerca de três quilômetros.
A elevação do nível de água ocorre desde o Uruguai e por todo o litoral gaúcho. O oceanógrafo e professor da Universidade Federal do Rio Grande, Lauro Calliari, afirma que ressacas ocorrem nesta época do ano, quando as frentes frias e os ciclones são mais intensos e frequentes. Segundo o professor, além do prejuízo dos quiosques e guaritas destruídos, a vegetação da orla é bastante prejudicada.
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*Com informações do repórter Maicon Bock.