A Polícia Civil de Joinville, com apoio das polícias de Florianópolis, Curitiba e do Rio de Janeiro, deflagrou na madrugada desta quinta-feira a operação Cartão Vermelho com a finalidade de cumprir 28 mandados de prisão contra torcedores do Atlético-PR e Vasco que se envolveram na briga generalizada na Arena Joinville, no último dia 8. Pelo menos cem policiais civis estão envolvidos na operação.
A previsão era de cumprir 19 mandados contra torcedores do Atlético e outros nove contra torcedores do Vasco. Duas prisões foram efetuadas logo pela manhã em Santa Catarina. Já estão presos o torcedor atleticano Ricardo Henk, de 40 anos, que é morador de Joinville e o vascaíno Jefferson Hellmann, 22 anos, de Blumenau. O ex-vereador de Curitiba, Juliano Borghetti, flagrado no meio da confusão, também foi preso.
Até o início da tarde, a polícia cumpriu 16 prisões na região metropolitana de Curitiba e uma no Rio de Janeiro. Um dos presos em Curitiba ficou à disposição das Forças Armadas, pois trata-se de um militar da Aeronáutica. Os demais serão trazidos para o Presídio Regional de Joinville.
Os torcedores que foram internados também foram identificados como agressores. O nome do torcedor Willian Batista da Silva, de 19 anos, que ficou cinco dias internado no Hospital da Unimed, em Joinville, após ser agredido durante o confronto, está na lista de mandados de prisão. Ele, assim como os demais, foram denunciados pelo Ministério Público por dano ao patrimônio público, por incitação e prática à violência (crime previsto no Estatuto do Torcedor) e associação ao crime.
- Não há vítimas, todos partiram para a briga. Quem não quis se envolver se afastou da confusão - destacou o promotor Ricardo Paladino durante coletiva de imprensa do Ministério Público e da Polícia Civil na manhã desta sexta.
As denúncias do Ministério Público
O Ministério Público de Santa Catarina ofereceu três denúncias envolvendo a briga dos torcedores. A primeira foi protocolada na segunda-feira na 1ª Vara Criminal contra os torcedores vascaínos Jonathan Fernandes dos Santos, 30 anos, Arthur Barcelos Lima Ferreira, 26 anos, e Leone Mendes da Silva, 22 anos. Eles foram denunciados por tentativa de homicídio qualificado (por motivo fútil e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), dano ao patrimônio público e incitação e prática à violência (crime previsto no Estatuto do Torcedor). Além dos crimes citados, o torcedor Arthur foi denunciado por roubo e lesão corporal grave.
Na tarde desta quinta-feira, o promotor Ricardo Paladino, da 1ª Promotoria de Justiça, entregou mais duas denúncias. Em uma delas consta o nome de outros quatro torcedores que também responderão por tentativa de homicídio, além dos outros crimes.
A terceira denúncia corresponde aos 24 procurados pela polícia durante a operação que respondem pelos demais crimes. Cada um será responsabilizado individualmente conforme a participação na briga.
- A única solução para se coibir esse tipo de comportamento é efetivamente a prisão dos criminosos. A gente pode falar aqui em suspensão de jogos entre outras medidas previstas no Estatuto do Torcedor, mas quem pratica crimes dessa natureza merece receber o rigor da lei como previsto na nossa legislação - destacou Paladino.