
Nesta quinta-feira, o Botafogo completa três meses sem pagar salários aos jogadores na carteira de trabalho. Se não efetuar o pagamento até amanhã, os atletas poderão pedir rescisão contratual na Justiça. No entanto, o presidente Mauricio Assumpção - que reconhece a possibilidade de isso vir a acontecer -, está confiante no que foi dito por Jefferson, capitão do time, logo após o empate em 1 a 1 contra o Cruzeiro, sábado, no Maracanã, que garantiu que isso não deverá acontecer.
- Acho que essa questão já foi respondida pelo Jefferson depois do jogo contra o Cruzeiro, quando ele disse não acreditar em debandada. Mas é uma situação que juridicamente pode acontecer. Mas como o capitão do time, que tem uma voz de liderança importante, no momento de dificuldade diz que não vai acontecer, talvez essa é uma palavra que eu leve em consideração - disse Assumpção, em entrevista ao programa "Bola da Vez", da ESPN Brasil, na noite de terça-feira.
Além de Jefferson, Bolívar e outros jogadores têm dito que não acreditam na possibilidade de uma saída excessiva de atletas, mesmo que os três meses de atrasos sejam completados. Um dos motivos para que não ocorra uma "debandada" é o fato de muitos jogadores já terem completado sete jogos pelo Botafogo no Campeonato Brasileiro, o que inviabiliza uma transferência para clubes da Série A.
Nos últimos meses, a diretoria do Botafogo tem contado com a "ajuda" do Sindicato dos Empregados em Clubes do Estado do Rio de Janeiro (Sindiclubes) para não ficar devendo os três meses de salários aos jogadores. No entanto, o fato não deve acontecer agora, o que gera uma tensão ainda maior para todos no clube.
Além dos três meses de atrasos nos direitos de CLT, o clube não tem conseguido depositar o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), além do direito de imagem dos jogadores - atrasado há cinco meses. Com as suas receitas 100% bloqueadas desde que foi excluído do Ato Trabalhista - que lhe possibilitava o parcelamento das dívidas fiscais sem que as verbas fossem retidas, o Botafogo vive a expectativa de voltar ao Ato, em recurso que seria julgado na quinta-feira, mas que segundo o próprio Assumpção, só deverá acontecer no próximo dia 21.
Contando com as questões trabalhistas, as dívidas totais do clube já chegam a R$ 700 milhões.
- O número é alto, se fosse uma empresa já teria fechado as portas. Mas é a realidade de números do Botafogo e de outros clubes. Está se tornando cada vez mais impagável - assumiu o dirigente.
*LANCEPRESS