
Confrontos entre manifestantes e policiais sacudiram na noite desta quinta-feira ao menos sete bairros de Santiago do Chile, por ocasião do 41º aniversário do golpe militar de 11 de setembro de 1973.
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Os distúrbios começaram em Villa Francia, no oeste da capital, onde um grupo de encapuzados ergueu barricadas, acendeu fogueiras e enfrentou a polícia, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo, segundo imagens da TV local.
No bairro de Renca, ocorreram confrontos com disparos e um policial recebeu um tiro no pé, informou um porta-voz da polícia. Um policial foi ferido no rosto por um disparo de escopeta a distância no bairro de Puente Alto, enquanto em Melipilla, 87 km a sudoeste de Santiago, quatro agentes da Polícia ficaram contundidos ao enfrentar manifestantes.
A polícia deteve dez pessoas por desordem em diversos bairros da capital. Os distúrbios são frequentes durante os aniversários do golpe militar que iniciou a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), o que faz o comércio de Santiago fechar suas portas mais cedo.
Em discurso pronunciado nesta quinta-feira, a presidente Michelle Bachelet pediu "a todos que revelem informações relevantes" sobre os crimes cometidos durante a ditadura.
- Já chega desta espera dolorosa e do silêncio injustificado - disse Bachelet. A ditadura do general Augusto Pinochet deixou 3,2 mil mortos e 38 mil torturados. Atualmente, cerca de 60 militares cumprem pena na prisão de Punta Peuco.
Sobre o recente atentado contra uma praça de alimentação de uma estação do metrô de Santiago, que feriu 14 pessoas, Bachelet afirmou que no Chile "não pode haver espaço para a violência e o medo":
- Se há uma lição que todos aprendemos após o golpe militar de 1973 é que no Chile não há espaço para a violência. Condenamos a violência em todas as suas formas e reivindicamos a vocação de nosso país de viver em paz e tranquilidade.
*AFP