
Representantes municipais e estaduais de Florianópolis, Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Rio Branco (AC) se reuniram com a Secretaria Nacional de Justiça na tarde desta quarta-feira, em Brasília, onde foi discutido o envio e recebimento de haitianos e senegaleses no país. A ideia do encontro foi levantar problemas em comum entre as cidades e alinhar ações para melhorar a situação.
Ônibus chega a Florianópolis com mais imigrantes do que o esperado
Prefeito critica forma como foi realizado envio de imigrantes: "Amadorismo"
De Olho nas Ruas: imigrantes estão em busca de emprego
Conforme o secretário adjunto de Assistência Social de Florianópolis, Dejair de Oliveira Jr, a falta de informações e de apoio financeiro a quem recebe os imigrantes são os principais entraves a um trabalho organizado.
- Não sabemos quantos chegam, em qual horário e falta até um cadastro de cada imigrante, para que logo que ele entre na cidade possa ser encaminhado ao mercado de trabalho - pondera Dejair.
Na questão econômica, um dos pedidos feitos pelas capitais dos Estados é que seja feito um convênio semelhante ao que existe entre o Ministério da Justiça e o Acre, que é porta de entrada para os imigrantes no Brasil.
- Tanto Florianópolis quanto outras capitais, que são as portas de entrada nos Estados, arcam com custos inesperados. Recebemos de 20 a 30 pessoas por dia, que ficam sob nossa responsabilidade. Assim como o Acre fez um convênio que custeou a alimentação e o transporte dos haitianos para outros lugares, queremos um acordo parecido para que possamos recepcioná-los de forma digna - explica o secretário.
Agora, cada cidade vai levantar as suas necessidades mais urgentes e indicar um membro para representar o município junto ao Ministério da Justiça, para dar continuidade às conversas sobre o tema. Na reunião desta quarta também foi confirmado que o fluxo migratório para o Sul e Sudeste brasileiro termina na sexta-feira.
Mais ônibus em Florianópolis
Um quarto ônibus vindo do Acre com imigrantes chegou a Florianópolis por volta da 1h desta quarta-feira, trazendo 31 haitianos, 14 a mais do que o comunicado pelo governo do Acre à Secretaria de Assistência Social da Capital. Todos foram acolhidos no ginásio do Capoeirão e passam por triagem de saúde, recebem vacinas e fazem entrevistas individuais para receber os auxílios necessários e serem encaminhados para as cidades de destino.
São esperados mais dois ônibus para a madrugada desta quinta e a quantidade de pessoas que serão abrigadas no Capoeirão preocupa a prefeitura. Um dos veículos já estava previsto anteriormente, trazendo em torno de 17 haitianos, enquanto o outro trará de 17 a 22 imigrantes, que decidiram não mais ficar em Curitiba, como programado inicialmente.
Ministério Público pede que governo federal assuma acolhimento a imigrantes para combater trabalho escravo