Descobrir como transformar uma ideia em uma iniciativa para melhorar a vida de outras pessoas. As atividades da terceira edição do Social Good Lab começam hoje em Florianópolis com essa proposta. São 50 selecionados dentro dos 402 projetos de todo o país apresentados para a iniciativa. Hoje, sábado e domingo, 25 projetos começam a receber o treinamento, cada um com duas pessoas.
- Por exemplo, tem um projeto para ensinar política para crianças, uma pessoa da Bahia que inventou um método de economizar água na irrigação para a agricultura e mais - conta a coordenadora do Social Good Brasil Lab, Bárbara Basso.
Empreendedorismo social: Mudanças que nascem nas redes
Esses 50 participantes, de 14 Estados diferentes, (veja as iniciativas aqui) vão começar a receber treinamentos em ferramentas modernas para a inovação e a estruturação de iniciativas, como o Startup Enxuta, o Design Thinking e o Lean Startup. As aulas vão ajudá-los a tirar do papel seus próprios negócios sociais, ONGs, movimentos ou coletivos. Os outros 25 projetos farão as atividades no final da semana que vem.
No sábado, eles vão visitar cinco ONGs e começar a trabalhar na prática em busca de soluções para os problemas práticos dessas ações existentes, como a Orquestra Novo Alvorecer, que ensina música clássica para crianças de uma comunidade carente, e o Cantinho dos Idosos, em Ratones, por exemplo.
Os "labbers", como são chamados os escolhidos pela iniciativa, também terão contato e apoio de mentores - um grupo de mais de 40 executivos e empreendedores que vão auxiliá-los na identificação de melhorias para os projetos. A proposta de trabalho é que até novembro as ideias terão sido prototipadas, testadas e aperfeiçoadas, prontas para irem para a rua.
Projetos anteriores resistem
Em 2013, foi lançado o projeto piloto do Social Good Lab. Entre as 12 ideias escolhidas estava a da Suzeli Simon, engenheira agrônoma, e o Rodrigo Copetti, empresário do ramo de TI. Eles criaram o Plante pra mim, uma plataforma que conecta agricultores que plantam produtos orgânicos e seus consumidores. A pessoa pode comprar direto pelo site.
Começaram apenas em Santa Catarina e agora atendem também o Rio Grande do Sul. São 15 agricultores orgânicos, associações e produtores independentes que entregam 218 produtos diferentes em Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu e, mais recentemente, Porto Alegre.
Daquele ano, das 12 iniciativas apoiadas, sete continuam ativas. No Lab do ano passado, foram 35 ideias colocadas de pé, das quais 32 seguem funcionando. Uma delas, que também foi a iniciativa que ficou em primeiro lugar, foi a Alinha, uma ONG que ajuda a combater o problema das oficinas de costura que têm pessoas trabalhando em condições análogas à escravidão.
Foto: Márcio Pimenta / Divulgação, Alinha
A ideia partiu da Dariele Santos e da Monyse Almeida. Atuando juntas, a meta neste ano é colocar dentro da lei 18 pequenas oficinas de São Paulo que hoje tem problemas. O projeto dá cursos de empreendedorismo e os ajuda a conseguir todas as licenças para o trabalho, além dar apoio para arrumar a infraestrutura dos locais dentro da lei. A etapa seguinte é colocar as oficinas em contato com compradores interessados em um produto que vem com uma espécie de "selo garantidor" de que não houve trabalho escravo no processo de produção.
- Já tivemos nosso primeiro caso de "match", juntamos uma oficina que recebeu nossa ajuda com uma estilista que está lançando uma grife de roupas - conta Dariele.
Empreendedores sociais apostam em causas que não visam somente o lucro