Em sua quarta passagem pelo Caxias, era de se esperar que Lacerda tivesse um vasto currículo de clássicos Ca-Ju para buscar referências de como encarar o maior rival. Mas fato é que o zagueiro disputou apenas uma vez a partida de maior rivalidade na Serra.
Em fevereiro de 2012, o Caxias derrotou o Juventude por 3 a 1 no Centenário, consolidando a campanha que culminaria no título da Taça Piratini. Lacerda formava com Jean a dupla de zaga de um time que também tinha Diego Torres, autor de um dos gols da vitória. São os três remanescente daquele grupo que vivia um momento bem diferente, mas que ainda pode servir de inspiração.
- Aquele era um momento especial que o Caxias vivia e o Ca-Ju foi uma confirmação. Hoje a gente acredita que uma vitória possa servir para transformar o ambiente, por isso vamos tratar como se fosse uma final de campeonato. A gente deixa a Série C de lado para pensar jogo a jogo. Porque se nós pensarmos em projeção, não dá certo - comenta Lacerda.
Capitão do time à época comandado por Paulo Porto, Lacerda já pode ser considerado um dos líderes da equipe de Marcelo Vilar. Aos 31 anos, sabe que a experiência é um fator que sempre pode ajudar em clássicos. Mas ressalta que, mesmo para um jogador de extensa bagagem, manter a tranquilidade é um exercício complicado em meio à fase turbulenta:
- O Caxias está carregando um peso muito grande não só da Série C, mas também do rebaixamento no Gauchão. Só que é preciso deixar isso de lado agora e tentar entrar leve nos jogos, por mais que a gente se cobre muito. Depois do jogo do Rio fiquei revoltado, envergonhado por termos tomado aqueles dois gols, mas sabendo que logo em seguida já é preciso levantar a cabeça.
Para a partida contra um adversário que faz uma Série C mais consistente, Lacerda vê equilíbrio pelo fator rivalidade. Não esconde que o mau momento faria o Caxias deixar de ser favorito mesmo em seus domínios contra times melhor colocados na tabela. Mas não contra o Juventude:
- Não acredito em favoritismo. Se fosse contra Tupi, Londrina ou outra equipe que esteja bem na competição, seria sincero em dizer que seriam favoritos contra a gente, mas em clássico é diferente. O Juventude está fazendo uma grande campanha, sei da qualidade do time, mas sei também da força do Caxias aqui e do histórico do clube e do meu também. Eu joguei um Ca-Ju até hoje e saí vitorioso. Me apego a coisas boas.