Rodrigo Faraco
Em vez de escrever sobre o velório, que é o momento mais triste de toda a semana, quero falar sobre este time. Não me refiro ao clube. Escrevo sobre este grupo, estes jogadores e estas pessoas que faziam a Chapecoense atual. Pessoas que nos deixaram de maneira tão trágica. Mas não quero falar da tristeza.
Gostaria de lembrar das defesas de Danilo, herói de duas classificações – contra o Independiente e o San Lorenzo; dos gols de Bruno Rangel, na virada difícil contra o Cuiabá na eliminatória; do time que atropelou o Junior Barranquilla no jogo de volta com o gramado encharcado, com a força das pernas que estavam em dia por causa da competência do preparador da Chape e da Seleção, Anderson Paixão; da alegria de Caio Júnior ao falar desta mesma vitória numa entrevista ao TVCOM Esportes no dia seguinte – radiante e orgulhoso.
Quero falar dos amigos Pallaoro, Maurinho – amigos sim, pois me recebiam sempre com grandes abraços e sorrisos quando ia a Chapecó. Tentar ter a mesma classe com as palavras que Cléber Santana tinha em campo com a bola nos pés. Todos partiram. Partiram em busca do sonho deles, da nossa alegria. Perdemos nós todos o orgulho do futebol catarinense. Este time vai ser sempre "pra sempre". Vai ser pra sempre, sempre quando em algum lugar alguém cantar o "Vamôôô, vamô, vamô, Chapêêê, êêêê."
Vamô, vamô Chapê
A celebração dos jogadores da Chapecoense no vestiário logo após a classificação para a final da Copa Sul-americana ecoa no mundo como uma mensagem de carinho ao povo brasileiro e, principalmente, à torcida e ao povo de Chapecó. Era mais profunda expressão da alegria, da amizade, da realização de um time de futebol, de um grupo de jogadores, profissionais e dirigentes dentro de um vestiário enlouquecida, festivo, num pós-jogo. A imagem postada pelo clube nas redes sociais é maravilhosa, é cheia de vida. A história deste time da Chapecoense foi mesmo linda e especial.
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