Raquel Fronza
Na manhã desta quinta-feira, a cozinheira Salete de Fátima Ferreira da Silva precisou de ajuda de vizinhos para criar forças e permitir que a perícia levasse o corpo do filho caçula, Giovane da Silva Gonçalves, 10, para Departamento Médico Legal (DML), em Caxias do Sul. O menino ia para a aula na Escola Dolaimes Stedile Angeli, o Caic, no bairro Centenário, onde frequentava o quarto ano do Ensino Fundamental. No caminho, ainda no bairro Santa Fé, foi atingido por um caminhão e morreu antes de receber socorro. O caminhoneiro Edílio dos Santos Diecksen, 61, diz que a criança estava no meio da rodovia quando foi atingida. Morador de Itati, o motorista conduzia um caminhão com 33 toneladas de farinha. Próximo do controlador eletrônico de velocidade, Diecksen conta ter visto a criança. Ele ainda afirma ter buzinado para chamar a atenção do menino, mas Giovane estava segurando um guarda-chuva e não enxergou o caminhão.
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– Não deu para segurar. Eu estava devagar, mas estava carregado – diz Diecksen, com 40 anos de profissão e envolvido pela primeira vez num acidente com morte.
A versão dos familiares do menino é outra. Um dos sete irmãos da criança, Emerson da Silva Gonçalves, 17, estava em casa no momento do acidente. A casa da família fica exatamente em frente ao ponto do atropelamento. Segundo Emerson, a mãe despertava cedo todos os dias para levar o filho até o outro lado da pista. Na manhã desta quinta, ela atravessou a rodovia com o filho e retornou para a casa e ficou observando o pequeno.