Ainda que alguns líderes do setor defendessem a permanência do atual ministro da Agricultura, Neri Geller, à frente da pasta, a indicação da senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu (PMDB-TO), para o cargo parece só uma questão de tempo.
Ruralista de carteirinha, Kátia vinha se aproximando já havia algum tempo da presidente Dilma Rousseff. Mas foi na campanha eleitoral que deixou clara sua mensagem, ao manifestar apoio público à candidata do PT. Inclusive com aparições na propaganda eleitoral.
Situação que criou desconforto entre integrantes de federações ligadas ao sistema CNA. No Rio Grande do Sul, a atitude da senadora gerou críticas abertas do presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira, também vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado. Em artigo publicado no mês passado, durante o tumultuado processo de eleição da CNA - que reconduziu a senadora à presidência -, afirmou que Kátia "não nos representa".
- Nossa atividade é classista, com função de defender o Estado democrático e o direito à propriedade. Não acho que devemos aderir a partidos - diz.
Longe de ser um opositor, o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra declarou recentemente que torcia pela permanência de Geller por acreditar que Kátia tinha condições de ajudar o agronegócio nos cargos que já ocupa. Sobre a escolha da senadora, avalia:
- É uma demonstração da presidente Dilma de que, na nova composição dos ministérios, está optando por nomes de expressão política elevada.