Indispensável afirmar que ainda há bastante incerteza sobre como será o governo Trump, a partir de 20 de janeiro. A economia global e a própria globalização serão reavaliadas. Tanto o Brexit quanto Trump receberam os votos contra a globalização e a favor da proposta de reequilibrar os mercados pelo viés de mais protecionismo, mais inflação e, consequentemente, mais juros, com perspectivas de mais empregos em razão da menor competição externa. O câmbio no Brasil deve se manter volátil até o início do governo Trump. A política de estímulo fiscal defendida por ele deve resultar em um ritmo maior de aperto monetário nos EUA e em dólar mais forte. Isso pode elevar o valor do dólar no Brasil e, por tabela, subiriam os preços de commodities como soja, milho, arroz, trigo e carnes. O lado negativo para o Brasil seria uma pressão sobre a inflação e uma redução do ritmo previsto para a queda da taxa básica de juros, a Selic.