A agricultura atual busca sempre maximizar a produtividade. Para isso, substitui os ecossistemas naturais geralmente considerados pouco produtivos sob o ponto de vista econômico, por agrossistemas simplificados e altamente especializados: os monocultivos, onde a biodiversidade não é desejada, basicamente porque é pouco entendida. Mas, quando se junta diversidade de formas de vida e a diversidade do meio não vivo (solo e clima) é que vamos perceber que na natureza, muito antes de ser um problema, a biodiversidade é a solução. Assim, em solos pobres e climas áridos, os seres vivos possuem adaptações que lhes permitem suportar altas temperaturas e pouca água, diferentemente daqueles dos ambientes mais úmidos e frescos. E tais seres não são apenas aqueles que nossos olhos veem, como as plantas, aves, répteis, mamíferos, etc., mas também seres microscópicos como bactérias, fungos e protozoários, formas de vida importantes e com funções bem definidas nos ecossistemas, mas cujo papel e função na cadeia da vida ainda são pouco conhecidos. E, o mais importante, todos vivem numa relação de interdependência e adaptados, no seu conjunto, às diferentes matrizes de clima e solo. Portanto, manter o que chamamos de equilíbrio ambiental que garanta a vida humana implicaria em manter a biodiversidade atual naquela condição da complexa interdependência assegurada pelos ambientes naturais. É essa complexidade que assegura funções básicas como a produção de oxigênio e sequestro de gás carbônico mantendo temperatura global, a purificação das águas e recarga de mananciais, condições essenciais para a existência humana.