A economia brasileira é dinâmica na sua formação e também nas etapas de desenvolvimento e expansão. Historicamente, a indústria, notadamente nos anos 1970, investiu energia, tempo, recursos e inteligência para incrementar produtividade e qualidade. Foi seguida pelos setores de serviços e comércio. Com o agronegócio - lavoura, pecuária e atividades inerentes de distribuição e logística - não foi diferente. Os avanços tecnológicos das diversas cadeias produtivas são conhecidos de todos.
Estimativas indicam que a participação brasileira na produção global de alimentos deverá alcançar 16%. Já o arroz, milho e soja terão expressivos excedentes de produção, o que torna o crescimento da exportação destes clusters praticamente inevitáveis. Hoje, a indústria de serviços e fornecimento das cadeias produtivas do agronegócio representa algo como
US$ 9 bilhões, enquanto a indústria atacadista e serviços e distribuição soma US$ 15 bilhões. Sozinha, a avicultura gaúcha leva 13% da produção brasileira e 18,4% das exportações. A suinocultura ainda tem representatividade maior: 18%. Especialistas apontam que, enquanto a produção mundial de arroz, milho, soja, trigo, carne e leite crescerá próximo de 16% até 2026, no Brasil, os mesmos setores avançarão 34%.
Se os números são estimulantes, há fatores globais bem visíveis que pressionarão fortemente esse rico ecossistema. A população cresce e envelhece em níveis acentuados. Portanto, mais estômagos, panelas e neurônios mundo afora aguardam grãos, carne e proteínas na quantidade certa para alimentar o ser humano.
A explosão da fronteira agrícola que o Brasil testemunhou nos anos 1960 e 1970 agora requer um novo paradigma. É preciso promover novo salto, onde a inovação será o motor propulsor da produtividade, competitividade e sustentabilidade, especialmente no grupo de empresas que estão posicionadas como médio porte. O motivo é simples: ali a inovação pode se tornar um vetor de grande alavancagem.
Em síntese, há que se agir para desdobrar essa equação estratégica na direção de melhor matéria-prima, sanidade, tecnologia, recursos humanos, finanças, exportação, vendas, logística e carga tributária, entre outros. Essa é uma jornada estratégica, onde o Brasil precisa buscar saltos quânticos com urgência.
O agronegócio é a locomotiva que não tem deixado o país naufragar no mar revolto da crise econômica. É hora de o Brasil facilitar e estimular o dinamismo dessa ferrovia virtuosa em direção ao futuro mais farto e saudável.
Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP)
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