Quem do campo já não foi confrontado a ofertas de insumos e "tecnologias revolucionárias"? No caso da pecuária de corte, estas vão de suplementos alimentares milagrosos até métodos de pastoreio capazes de por si só resolver os problemas da falta de pasto. Tudo isso encontra guarida entre muitos pecuaristas por absoluta falta de conhecimento das verdadeiras razões pelas quais o seu negócio não anda bem. E, de modo geral, esse desconhecimento decorre da falta de senso comum sobre os funcionamentos da natureza. Faltam-lhes condições mínimas para entender e, mais ainda, operacionalizar processos que vão da produção (pasto, carne, leite, mel, couro, plantas ornamentais, fitoterápicas etc.) à manutenção do ar puro, da água de qualidade, de paisagens e da cultura local. Serviços e produtos que dependem do adequado uso da natureza e que não podem ser prestados pelas monoculturas intensivas, necessárias em muitos casos, mas cujas formas de produção e o modo como estão distribuídas no território não garantem a manutenção daqueles serviços.