O empresário Aldo Besson, um dos idealizadores do automóvel esportivo Miura, que fez sucesso no Brasil nas décadas de 1970 e 1980, morreu na segunda-feira, em Porto Alegre. O corpo foi velado no Cemitério São Miguel e Almas e o sepultamento está marcado para a tarde desta terça-feira.
Besson, proprietário da empresa Aldo Auto Capas, especializada em transformar carros nos anos 60, e seu sócio, Itelmar Gobbi, começaram em 1975 um projeto ambicioso: criar um carro esportivo, inspirado nos modelos Lamborghini Countach e Mazda RX5. Para o trabalho, chamaram o projetista e estudante de arquitetura Nilo Laschuk e o especialista em mecânica Mariano Brubacher. O carro foi feito em fibra de vidro e montado sobre um chassi Volkswagen, com motor 1600 cilindradas, refrigerado a ar.
Com um desenho em forma de cunha, faróis escamoteáveis e acabamento refinado, o Miúra foi lançado no mesmo ano, no Salão do Automóvel de São Paulo, e tornou-se uma das sensações do evento. Um dos detalhes de destaque do veículo era o volante, que podia ser regulável eletricamente em altura e que foi mantido em todos os modelos posteriores.
De acordo com o site Miura Clube RS, criado por admiradores do veículo, em 1980 foram comercializados 600 Miuras, inclusive exportados para o mercado sul-americano. Neste ano o veículo sofreu algumas modificações de estilo - a traseira perdeu a terceira porta, ganhando vidro integrado na carroceria e acesso ao motor.
Ao longo dos anos, foram lançados vários modelos do Miura: Saga, 787, X8, Top Sport e X11. Em 1986, o Miura atingiu seu máximo em requinte: computador de bordo com sintetizador de voz que avisava para soltar o freio de estacionamento, necessidade de abastecer, engatar o cinto de segurança ou retirar a chave da ignição.
A produção dos modelos foi encerrada em 1992. Calcula-se que foram fabricadas perto de 10 mil e 600 unidades, sendo que 35% foram do Miura Targa, o modelo mais vendido.