Caio Cigana
Segunda edição do evento realizado como contraponto ao Fórum da Liberdade, o Fórum da Igualdade teve conferência de abertura do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, (Ipea) Marcio Pochmann, sobre o reposicionamento do Brasil nos últimos 10 anos e os desafios para o país chegar à condição de uma nação desenvolvida. A programação segue nesta terça-feira no Salão de Evento da Igreja Pompéia, na Capital.
Para Pochmann, o Brasil começou a dar uma guinada com a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, em 2003. Para romper de vez com o subdesenvolvimento, entretanto, será necessário vencer três grandes obstáculos que se avizinham.
O primeiro é o da demografia. Pochmann observa que, devido à redução da taxa de natalidade, o país deve experimentar a partir de 2030 um processo de redução do número de brasileiros. Ao mesmo tempo, a expectativa de vida cada vez maior deixará o país à frente de um imenso nó previdenciário.
Outra encruzilhada, aponta o presidente do Ipea, tem relação com as mudanças do perfil do trabalho. Segundo Pochmann, cerca de 70% dos postos de trabalhos hoje gerados no Brasil são do setor de serviços, um trabalho definido como imaterial, ao contrário de empregos como os da agricultura e da indústria, por exemplo, onde há produção física. Esse novo profissional, sustenta o economista, em regra não é ligado a nenhum sindicato ou entidade que represente categoria e tem uma jornada de trabalho cada vez mais longa, dedicado aos assuntos relacionados a sua empresa nos fins de semana e horários em que deveria ser de folga.
O terceiro ponto elencado é o desafio do conhecimento.
- Conhecimento significa educação a vida toda. Quem estuda não são apenas crianças e adolescentes. O ensino superior tem de ser o piso, não mais o teto - prega.