Se as empresas de telefonia garantem que as atuais tecnologias não trazem problemas às pessoas que convivem em áreas próximas às antenas, há quem diga que os riscos à saúde não estão descartados. Assim, por via das dúvidas, defendem que Porto Alegre continue sendo a única cidade na América Latina a adotar regras similares às da rígida legislação suíça.
Citando dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a promotora de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre Ana Maria Marchesan menciona problemas como cataratas, glaucomas e danos cardiovasculares como possíveis decorrências da exposição às emissões eletromagnéticas.
- Vários estudos apontam efeitos nocivos, como câncer e neoplasia. Outros dizem que não há problema. Em caso de dúvida, a saúde tem de ser privilegiada - argumenta Ana Maria.
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Para as operadoras, o imbróglio envolvendo a legislação municipal impede a prestação de melhores serviços de telefonia em Porto Alegre. Segundo Eduardo Levy, diretor executivo do sindicato das empresas, a exigência de distância mínima de 500 metros entre as antenas, um dos itens da lei 8.896/02, prejudica a oferta de melhor qualidade na conexão 3G e atrasa a implantação da tecnologia 4G.
- Quando você tem antenas muito distantes, o celular mesmo se programa para ampliar a potência. Ou seja, se há medo de que as ondas eletromagnéticas causem problema, ao se colocar antenas mais distanciadas, não se está protegendo a população. Ao contrário - afirma Levy.
Álvaro Augusto Sales, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que o Brasil passa por um dilema já vivido por países como Japão e Estados Unidos, onde a tecnologia 4G foi implantada:
- A atenção à saúde tem sido muito mais lenta do que o desenvolvimento da tecnologia. Os sistemas estão sendo instalados antes que os testes possam provar que não há problemas para a saúde. Lá (no Exterior), a 4G opera em potências análogas e frequências análogas às nossas. E os seres humanos de lá são os mesmos daqui.
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