
Depois dos primeiros testes para a liberação do ILS 2, sistema que elevará a possibilidade de pousos com nevoeiro no aeroporto Salgado Filho, a Aeronáutica não garante que o equipamento estará em uso antes da Copa do Mundo. A promessa de operação até o Mundial havia sido anunciada pela Infraero, administradora do terminal, que não se pronunciou nesta terça-feira sobre nova data.
Com verificações feitas no último fim de semana, foi constatado que o sistema ainda não está pronto para ser ativado. Segundo a Aeronáutica, a aeronave de testes teve dificuldade para receber as informações do equipamento em terra. Nas próximas semanas serão feitas novas checagens até poder garantir o funcionamento pleno do ILS2 no Salgado Filho.
Sem definição de prazo para conclusão dos testes, há chance de os passageiros serem afetados mais um ano pelo nevoeiro que marca a paisagem da Capital durante o outono e o inverno. O mês de maio é recordista em neblina que impede os voos.
- A instalação do ILS2 deve reduzir os atrasos entre 50% e 60%. Voos continuarão impedidos em caso de denso nevoeiro, bastante comum na região do aeroporto - afirma o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, Hildebrando Hoffman.
Um experiente piloto ouvido por ZH é menos otimista em relação à efetividade do equipamento.
- Quando tem neblina, a visibilidade costuma ser nula, é bastante densa. Esse sistema vai melhorar a situação em 40%, no máximo. O atraso foi tanto que o ISL2 já chega obsoleto - diz.
Desde 1997, diversas administrações prometeram a instalação do equipamento no aeroporto, mas o prazo de conclusão tem sido adiado. Se o ILS-2 começar a funcionar após a Copa, ficará de acordo com o ritmo das demais obras previstas para melhorar o Salgado Filho - que estão longe de serem concluídas até a bola começar a rolar no Mundial. A ampliação do terminal 1, prevista para ficar pronta daqui um mês, estava, em fevereiro, com 1,5% concluída, conforme dado mais recente da Infraero.
O ILS 2 foi instalado antes do aumento da pista, outra obra em atraso. Quando a ampliação for finalizada (a nova previsão é junho de 2015), o equipamento precisará ser realocado, o que implicará novos gastos.
Colaborou Ângelo Passos