Erik Farina
<P>Já perturbadora, a presença do dragão da inflação assusta mais quando avança sobre os serviços do dia a dia. A alta de preços em consultas médicas, alimentação fora de casa e reparos em encanamento e elétrica superam a média do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Porto Alegre, conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV).</P>
<P>Enquanto a inflação geral foi de 3,91% de janeiro a maio, alguns serviços rotineiros buscados pela população subiram mais de 10%. Se matricular em um curso de idiomas, por exemplo, ficou 10,49% mais caro neste ano, enquanto ingressos para assistir a partidas da dupla Gre-Nal subiram 27,1%.</P>
<P>- Os salários têm crescido acima da inflação nos últimos anos, e essa diferença é usada pela população para usufruir de melhores serviços. Mas o número de estabelecimentos comerciais não cresce na mesma proporção. Há um desequilíbrio entre oferta e demanda que se reflete nos preços - explica Márcio Silva, diretor do escritório da FGV na Capital.</P>
<P>Fica mais complicado escapar da inflação porque o chamado índice de difusão - a quantidade de itens pesquisados que ficam mais caros - está elevado. Um levantamento nacional da FGV mostra que 70% dos serviços captados pelo índice oficial de preços, o IPCA, tiveram aumento igual ou superior a 6,5% (teto da meta do governo) nos últimos 12 meses.</P>
<P>- É um quadro que vem se repetindo nos últimos quatro anos. Neste ano, se o IPCA subir 6%, os serviços devem se elevar em 9%. Enquanto o Brasil não aumentar a taxa de investimento em expansão ou abertura de novos negócios (atualmente em 19% do Produto Interno Bruto, versus 40% na China), os preços continuarão pressionados - explica o economista Fernando Ferrari Filho, especialista em inflação da UFRGS.</P>
<P>Conforme Ferrari, a pressão sobre os preços tem resistido à economia fraca porque os consumidores relutam em abrir mão de alguns benefícios conquistados nos últimos anos. </P>
<P>- Dificilmente alguém que tenha contratado plano de saúde ou matriculado os filhos em escolas particulares voltará atrás para economizar - exemplifica.</P>
<P><STRONG>Para poupar, muita pesquisa de descontos</STRONG></P>
<P>Diante da falta de opções, em razão do equilíbrio de preços entre concorrentes, a universitária Samantha Chaves Messias, 23 anos, busca formas criativas de economizar no salão de beleza: os sites de compras coletivas. Em maio, conseguiu 50% de desconto em quatro sessões de pé e mão no salão de um shopping.</P>
<P>- O preço não para de subir, mas o salário não acompanha. É preciso pesquisar e aproveitar descontos - disse a estudante, enquanto preparava as unhas para aproveitar a Fan Fest, no final de semana.</P>
<P><STRONG>Abaixo, veja a alta de alguns serviços. Clique na imagem para ampliá-la</STRONG></P><A href="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/16625266.jpg"><IMG src="http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/16625266.jpg" width=640></A>