Em dificuldades financeiras e com apólices atrasadas, a centenária Confiança Companhia de Seguros promete começar a acertar as pendências ainda neste mês. Além da injeção de capital de R$ 50 milhões do controlador, do GBOEX, o fôlego virá da arrecadação de R$ 95 milhões da venda no final de junho de um lote de mais de cem imóveis que pertenciam à empresa, cumprindo um dos pontos previstos no termo de ajustamento de conduta assinado com a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Segundo o diretor presidente da Confiança, Marcelo Cabelleira, chega hoje a R$ 30 milhões a dívida com indenizações, comissões de corretores, fornecedores e impostos.
Além do monitoramento da autarquia, a Confiança passa por uma reestruturação. Desde abril, quando novos gestores assumiram, produtos oferecidos passaram foram readequados, departamentos modificados e cerca de cem funcionários - quase um terço da força de trabalho - demitidos. Para compensar, houve contratação de 30 pessoas para funções-chave. Enquanto isso, também é negociada a entrada de um novo sócio capaz de capitalizar a seguradora, criada em 1872 por um decreto do imperador Dom Pedro II.
- Ainda neste mês vamos apresentar uma nova Confiança para o mercado - garante Cabelleira.
A origem da crise, afirma o dirigente, foi má gestão ao longo dos últimos anos. Segundo o executivo, era comum aceitar seguros que eram rejeitados por outras companhias devido ao alto risco.