Quando se esperava uma melhora na situação, barbas de molho. Em novo estudo da Serasa sobre educação financeira entre os jovens brasileiros, a velha preocupação: o índice de 2014, revelado nesta quinta-feira, mostra que o número de pessoas que poupam parte da renda caiu em todas as classes sociais.
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Os jovens entre 16 e 24 anos, além de terem o nível mais baixo de educação financeira, apresentaram piora nesse quesito em relação ao ano passado. Na segunda edição do Indicador de Educação Financeira (IndEF) 2014, elaborado pela Serasa e pelo Ibope Inteligência, que trabalha em uma escala de zero a 10, deu média 6 aos brasileiros, a mesma nota de 2013. Quanto maior o índice, maior o nível de educação financeira. Neste ano, no entanto, os jovens tiveram o pior desempenho. O grupo de 16 a 17 anos apresentou queda em relação à nota do ano passado: de 5,9 para 5,5. Os brasileiros que têm entre 18 e 24 também caíram na comparação com 2013, de 5,9 para 5,8.
Composto por três subíndices, o indicador avalia conhecimento, atitude e comportamento. Para analisar conhecimento, é levado em conta o entendimento de conceitos financeiros.
Na atitude, avalia-se como o entrevistado enxerga sua relação com o dinheiro e, por fim, o subíndice comportamento mede as ações do entrevistado no seu dia a dia - como, por exemplo, se ele gasta mais do que ganha, se guarda dinheiro e se planeja o futuro. No IndEF 2014, como em 2013, o subíndice conhecimento é o que alcança valores mais altos, seguido do atitude e, por fim, a dimensão comportamento.
O educador financeiro e presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos, mostra-se preocupado com o fato de os jovens sofrerem com a falta de educação financeira, resultado da inexperiência no trato com o dinheiro, dos impulsos consumistas e do excesso de facilidade na obtenção de crédito.
Na opinião do especialista, a partir dos primeiros salários o jovem deve "construir o futuro com segurança, para ter a certeza de uma vida melhor, com mais qualidade e, no futuro, um aposentadoria tranquila". Para isso, é preciso uma mudança imediata na forma com que os jovens lidam com o dinheiro. É necessário aprender a planejar para realizar sonhos e objetivos, saber o quanto custam, quanto tempo levará para realizá-los, e, principalmente, quanto dinheiro será reservado por mês.
Nota média dos brasileiros
Atitude
2013: 6,3
2014: 6,3
Comportamento
2013: 5,2
2014: 5,1
Conhecimento
2013: 7,5
2014: 7,4
Educação financeira
2013: 6
2014: 6