Economia

Caiu

Produção industrial brasileira tem a maior queda dos últimos cinco anos

De acordo com o IBGE, atividade no setor diminuiu 6,9% na comparação com junho de 2013

Charles Guerra / Agencia RBS
Gerais da montadora Volkswagen em São José dos Pinhais

A produção industrial brasileira caiu 1,4% de maio para junho deste ano, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o quarto mês seguido de queda do indicador, que havia recuado 0,8% em maio deste ano.

A indústria brasileira teve queda em todos os tipos de comparação, sendo de 6,9% na comparação com junho de 2013. Foi a queda mais intensa desde setembro de 2009, quando o recuo foi de 7,4%. Nas outras comparações, a produção caiu 2,6% no acumulado do ano e 0,6% no acumulado de 12 meses.

As quatro grandes categorias industriais tiveram queda na passagem de maio para junho: bens de consumo duráveis (24,9%), bens de capital (9,7%), bens de consumo semi e não duráveis (1,3%) e bens intermediários (0,1%).

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Produção industrial cai em 18 de 24 ramos em junho

A produção industrial de junho em comparação com maio recuou em 18 dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE. As principais influências negativas vieram de veículos automotores, reboques e carroceria, cuja produção cedeu 12,1% na passagem do mês, e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com recuo de 29,6% na margem.

Outros destaques em termos negativos apontados na PIM foram máquinas e equipamentos (-9,4%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (-10,0%), produtos de borracha e de material plástico (-5,6%) outros equipamentos de transporte (-12,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,4%), perfumaria, sabões, detergentes, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-3,1%), produtos de minerais não-metálicos (-3,4%) e produtos têxteis (-6,7%).

Por outro lado, entre os seis ramos que ampliaram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,6%), produtos alimentícios (2,1%) e bebidas (2,5%).

Copa ampliou queda da produção industrial em junho

A magnitude da queda da produção industrial no mês de junho tem relação direta com a realização da Copa do Mundo no País, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. O órgão anunciou nesta sexta-feira que a produção cedeu 1,4% em junho ante maio, a mais intensa desde dezembro do ano passado.

- A magnitude tem relação direta com menor número de dias trabalhados, redução da jornada de trabalho, férias coletivas, cortes de turnos de trabalho, que ficaram como uma marca do mês de junho. E o evento Copa do Mundo tem relação com esses fatores - disse Macedo.

Segundo ele, não apenas os jogos do Brasil prejudicaram a indústria, mas o "simples fato de haver várias cidades recebendo jogos", o que aumentou o número de feriados.

Mas o movimento de queda não fica restrito ao mês de junho, ressaltou Macedo. Ele observou que o recuo anunciado hoje foi o quarto dado negativo consecutivo na margem.

- O perfil de queda ritmo de produção é algo que não é característico só desse mês. Foi em outubro de 2013 que começou o ritmo de queda maior da produção. A Copa potencializou.

Desde outubro do ano passado a produção industrial acumula um recuo de 6,5%.

- Percebemos que é característica de um setor industrial que vem mostrando menor dinamismo - afirmou Macedo. Segundo ele, a menor evolução da demanda doméstica, o cenário externo e a restrição no crédito são fatores que persistem e marcam o ano de 2014.

* Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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