Economia

Mercado financeiro

Petrobras despenca quase 7% e puxa queda da bolsa de valores

No câmbio, dólar dispara influenciado pelo cenário eleitoral e fecha a R$ 2,45

Sebastião Moreira, EFE / null

De olho no Exterior - onde os principais mercados da Europa e dos Estados Unidos registraram fortes baixas - e nas especulações que cercam o cenário eleitoral, a bolsa de valores brasileira teve um de seus piores pregões do ano. Após despencar 5,34% na mínima do dia, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), chegou a reduzir as perdas, mas fechou com queda de 3,24%, a 56.135 pontos.

Em uma sessão na qual apenas dois dos 72 ativos do Ibovespa tiveram valorização, os destaques negativos foram novamente as ações do chamado "kit eleição" - apelido dado pelos analistas aos papéis mais suscetíveis a especulações eleitorais. Petrobras PN e Petrobras ON perderam quase 7% e lideraram as baixas. Os bancos também ficaram no vermelho, com Bradesco despencando cerca de 5,4% e Itaú 4,5%.

Os investidores começaram o dia atentos aos Estados Unidos e à Europa, onde as bolsas operavam em queda livre devido à crescente preocupação com a desaceleração da economia global. Dados negativos do varejo americano e da inflação na China - que recuou pelo 31º mês seguido e bateu no menor nível em cinco anos - contribuíram para intensificar as perdas no cenário global.

Por aqui, o debate entre os candidatos à Presidência da República realizado na última terça-feira, na TV Bandeirantes, e a expectativa pela divulgação das pesquisas eleitorais dos institutos Ibope e Datafolha ajudaram a aumentar a volatidade na bolsa brasileira. Os investidores precificaram um possível avanço da candidata Dilma Rousseff (PT) em relação a Aécio Neves (PSDB) nas intenções de voto. Nos levantamentos anteriores, os dois candidatos apareciam praticamente empatados.

Desde que as primeiras pesquisas eleitorais começaram a ser divulgadas, ainda no primeiro semestre, a bolsa brasileira vive um frenético sobe e desce. Quando os levantamentos apontam para maior possibilidade de reeleição da presidente Dilma, as ações de empresas estatais como Petrobras e Eletrobras - sujeitas a interferências do governo - caem, puxando o índice da Bovespa para baixo. Quando os candidatos de oposição avançam nas intenções de voto, a bolsa sobe. Mais tarde, o câmbio acabou também sendo puxado para a gangorra das pesquisas.

Dólar

Na contramão do que ocorreu nas maioria dos mercados do Exterior, o dólar americano voltou a subir ante o real, influenciado pelo cenário eleitoral. A moeda encerrou cotada a R$ 2,4575 alta de 2,37%. Na semana, há alta de 1,40%. No mês, de 0,39%. E no ano, há valorização acumulada de 4,24%.

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