Após dois meses de queda, o comércio voltou a crescer com uma expansão de 1,1%. Sete entre as oito atividades que integram o varejo restrito registraram avanço nas vendas em agosto ante julho. A única exceção foi o segmento de supermercados, com ligeira queda de 0,1%, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira.
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Passado o período de Copa do Mundo, as famílias voltaram a consumir, mas foi o período de volta às aulas que deu a principal contribuição para o crescimento do comércio varejista no mês. A atividade de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação registrou um salto de 7,5%.
- O destaque em agosto foi a atividade de materiais de informática e comunicação. A gente viu na série histórica (da pesquisa) que, geralmente, nos meses de voltas às aulas, esse indicador fica mais alto. Então a explicação é a volta às aulas, que aumenta a compra desses materiais - explicou Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Outra contribuição relevante em agosto ante julho foi do segmento de móveis e eletrodomésticos, que teve alta de 1,3% no volume vendido.
- A atividade vinha de quatro meses em queda, ele não subia desde março de 2014, quando tinha aumentado 1,2% - lembrou Juliana.
Os demais resultados positivos foram verificados em tecidos, vestuário e calçados (3,2%), artigos farmacêuticos e perfumaria (2,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (0,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%) e combustíveis e lubrificantes (1,4%).
Cai a intenção de famíias de consumir
Após ter se mostrado estável nos últimos meses, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a cair em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador recuou 0,4% na comparação com setembro, para 121,5 pontos, na série com ajuste sazonal. Em relação a outubro do ano passado, sem ajuste, a queda foi mais intensa, de 3,8%.
- Há alguns meses o grupo de Alimentos e Bebidas mostrava desaceleração no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), mas na última divulgação, referente a setembro, houve nova aceleração da inflação, com destaque para a alta no preço dos alimentos, o que influenciou os dados do ICF - destacou a CNC, em nota.
Apesar disso, o indicador permanece acima dos 100 pontos, o que indica um nível favorável ao consumo. Em outubro, as famílias apontaram menos otimismo com a perspectiva profissional (-0,4%), compras a prazo (-0,7%) e renda atual (0,2%) do que em setembro.
Entre as famílias com renda mensal abaixo de dez salários mínimos, a perda de confiança foi mais intensa, com recuo de 0,6% na comparação mensal. Já entre as famílias com renda acima deste patamar, o ICF subiu 0,4%. A pesquisa nacional Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é um indicador antecedente que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. O levantamento captura informações de 18 mil domicílios em todas as unidades da Federação.
