A presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta terça-feira com o provável futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a fim de acelerar a apresentação de um "pacote" de resgate da credibilidade fiscal do governo.
A posse da nova equipe econômica, com perfil diferente daquela que atuou no primeiro mandato de Dilma, deverá ocorrer na próxima quinta-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Levy, executivo do Bradesco, quer levar para o Tesouro Nacional a economista Eduarda La Rocque, em substituição a Arno Augustin. Presidente do Instituto Pereira Passos (IPP) da prefeitura carioca, Eduarda é formada na PUC-Rio, cuja escola de economia é símbolo da ortodoxia. Ela já foi casada com Edward Amadeo, ministro do Trabalho e secretário de política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. Antes de assumir o IPP, comandou a Secretaria da Fazenda da gestão Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro.
Por que Dilma adiou o anúncio da equipe econômica
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Mais dois nomes devem compor a nova equipe econômica de Dilma: Alexandre Tombini, que será mantido no comando do Banco Central, e Nelson Barbosa, que vai assumir o Ministério do Planejamento. Dilma planeja indicar Arno para a presidência da Itaipu Binacional.
Nas áreas não econômicas, a presidente decidiu manter José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça e é provável que Arthur Chioro continue na Saúde. Curinga na equipe, o governador da Bahia, Jaques Wagner, pode ocupar Comunicações, no lugar de Paulo Bernardo. Miriam Belchior, atualmente no Planejamento, tem chance de ir para Minas e Energia, pasta hoje dirigida por Edson Lobão (PMDB) - que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato.
Aliados
Com cinco ministérios, o PMDB já começa a reclamar da perda de espaço na equipe. Nem a sigla e nem o PT gostaram da indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura. Na tentativa de contornar o mal-estar, a ordem no PT é dizer agora que Kátia Abreu vai dirigir um ministério para cuidar do agronegócio, enquanto os petistas manterão Desenvolvimento Agrário para fazer a reforma no setor.
Mas sem ter um contra-argumento convincente, e receoso de prejudicar nomes preferidos pela cúpula do partido para a Esplanada, o PMDB decidiu não mais brigar contra o convite da presidente a Kátia Abreu. A partir de agora, o partido vai esquecer Kátia e lutar para fazer do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), o novo ministro do Turismo, além de influenciar na nomeação do deputado Elizeu Padilha (RS) para algum lugar na equipe do governo.