Cadu Caldas
Minutos antes de começar a entrevista, sentado na cafeteria de uma grande livraria da Capital, o economista Paulo Rabello de Castro levanta a mão e pede à garçonete mais próxima um café expresso. Prestativa, a jovem explica que antes é necessário fazer o pagamento no caixa. Sem perder a graça, ele encolhe os ombros e responde: "Pois é, não existe cafezinho grátis."
A frase, que em ouvidos desavisados poderia parecer crítica ao estabelecimento, na verdade, é uma referência bem-humorada à célebre citação "Não existe almoço grátis", imortalizada pelo prêmio Nobel de economia, Milton Friedman, que defendia justamente a impossibilidade de se conseguir algo sem dar outra coisa em troca.
O americano, aliás, foi determinante para formação do economista brasileiro, seu aluno na Universidade de Chicago durante a década de 1970. Boa parte das ideias do mestre, aplicadas à realidade brasileira, está no livro de Rabello, O Mito do Governo Grátis, lançado em outubro passado. Na obra, o economista não poupa nem petistas, nem tucanos. Critica a alta carga tributária, os juros e sugere que a Petrobras seja administrada por fundos de investimento:
- Temos uma política econômica de idade média!