
A presidente Dilma Rousseff anunciou na tarde desta quinta-feira a nova equipe econômica de seu governo. Joaquim Levy assumirá o Ministério da Fazenda, e Nelson Barbosa será o ministro do Planejamento. Alexandre Tombini continua como presidente do Banco Central - cargo com status de ministro.
Ainda não há definição de quando os escolhidos assumirão as pastas. Por ora, eles devem atuar em uma equipe de transição. Durante o período de transição, Levy e Barbosa usarão gabinetes no Palácio do Planalto.
Por que Dilma adiou o anúncio da equipe econômica
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Conheça quem são os novos ministros da equipe econômica de Dilma:
JOAQUIM LEVY
Com fama de durão no controle de gastos públicos, Joaquim Levy esteve à frente do Tesouro Nacional no primeiro mandato do ex-presidente Lula, quando Antonio Palocci comandava o Ministério da Fazenda. Engenheiro com doutorado em Economia na prestigiosa Universidade de Chicago, a mais liberal das universidades americanas, Levy era um dos nomes indicados pelo recém eleito Lula para conquistar a confiança dos agentes econômicos. A estratégia se repete agora, quando Dilma anuncia o o carioca para Ministro da Fazenda.
Levy pode ser considerado um azarão na disputa. Atuando como diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos Bradesco, seu nome começou a ser cogitado apenas nas últimas semanas. Até, então todos os holofotes apontavam para Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, que recusou assumir a pasta, e para Henrique Meirelles, ex-presidnete do Banco Central.
O prestígio do executivo junto ao Governo Federal não é recente. Atuou no Ministério do Planejamento no governo Fernando Henrique Cardoso e era bastante próximo do então ministro Pedro Malan.
NELSON BARBOSA
Foto: José Cruz/ABr
"Economista tem que saber muita matemática. Mas não basta. Tem, também, que saber de política. A ciência, aliás, se chama economia política". A frase, dita por Nelson Barbosa em 2010 quando ainda era secretário de Política Econômica do governo resume os atributos que o alçaram a um dos nomes cogitados para assumir o Ministério da Fazenda no segundo mandato de Dilma. Acabou indicado para o Ministério do Planejamento, de onde atuou durante um curto período em 2003.
Com 44 anos e 1,90m de altura, o carioca participou da equipe econômica do governo de 2006 até o início de 2013, quando optou por deixar o cargo. O principal motivo seria a relação estremecida com Guido Mantega e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, com quem tinha divergências antigas, de conteúdo e de forma.
Considerado um dos principais formuladores do programa Minha Casa Minha Vida e do PAC e responsável pela elaboração da proposta de reforma do ICMS, a saída de Barbosa na época foi sentida. O ponto de atrito seria justamente à condução da política fiscal. Barbosa criticava o excesso de gatos e defendia mais rigor no cumprimento do superávit primário, a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida.
Tal postura acabou por torna-lo um candidato bem visto aos olhos do mercado. Com a recusa do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para assumir a pasta e a suposta resistência de Dilma em convidar Henrique Meirelles para integrar o governo, o nome de Barbosa começou a ganhar força para assumir o Ministério da Fazenda ou Planejamento.
Ph.D em Economia pela New School for Social Research (Nova Iorque, EUA), uma das mais heterodoxas escolas americanas de economia, Barbosa assumiu diversos na administração Federal: secretário de Acompanhamento Econômico (2007-08) e secretário de Política Econômica (2008-10), no Ministério da Fazenda. Foi também presidente do Conselho do Banco do Brasil (2009-13) e membro do Conselho de Administração da Vale (2011-13).
As experiências de Barbosa no governo incluem passagens pelo Banco Central do Brasil (1994-97), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2005-06) e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2003). Atualmente, é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Federal do Rio de Janeiro.
* Zero Hora

