Apesar de decidir não estender a duração do horário de verão, o governo federal definiu nesta quarta-feira um passo corajoso, que dá sinais eloquentes da delicada situação do abastecimento no país.
Corte de energia ocorreu 18 minutos depois de pico de consumo no Sudeste e Centro-Oeste, aponta ONS
Dados mostram que apagão foi causado por problema na oferta de energia
É esperada a publicação, no Diário Oficial da União desta quinta-feira, de portaria que determina economia de 30% no consumo de água e de energia. A medida deve atingir todos os prédios públicos do governo federal. Assim que passar o Carnaval, virá uma cartilha para orientar o uso racional de energia.
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Enfim, o governo reconhece a situação difícil no sistema elétrico e no fornecimento de água, especialmente no Sudeste. Há menos de um mês, depois do corte forçado na carga de energia que afetou 10 Estados, o Ministério de Minas e Energia se expôs ao tentar atribuir um problema de equilíbrio entre oferta e demanda a algum tipo de acidente. Independentemente de erros mais recentes, importa que desta vez o sinal é correto.
Dar o sinal e o exemplo, ao cortar o consumo nas dependências do próprio governo, é uma atitude correta. Não redime de outros equívocos, como a redução na conta de luz em 2013, quando já havia sinais de crise hídrica no horizonte. Mas dá esperança de que a presidente Dilma Rousseff não tenha esquecido as lições do racionamento de 2001, quando conquistou o respeito de especialistas em energia. É a chance de reconquistá-lo.