
O ajuste mais modesto nas contas públicas, aumento na taxa de desemprego - que atingiu maior patamar em cinco anos - e indicativos de que a inflação não perdeu força em julho são alguns dos fatores que minam a confiança dos investidores e contribuem para a disparada do dólar nesta quinta-feira.
Às 15h, a moeda americana estava sendo cotada a 3,295 na venda, maior valor registrado desde abril de 2003.
Ontem, com a confirmação de que o governo federal iria reduzir a meta de superávit fiscal, que é a economia feita para o pagamento da dívida, a moeda americana subiu 1,63%, a R$ 3,22, na maior cotação desde o dia 30 de março. No mês, a moeda acumula alta de 3,76%. No ano, a valorização é de 21,33%.
Mercado financeiro eleva projeção da inflação e do dólar em 2015
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A nova meta - economia de R$ 8,7 bilhões frente a 66,3 bilhões da projeção anterior - é considerada mais realista e mostra uma postura mais transparente por parte da equipe econômica. Mas especialistas alertam sobre o risco do Brasil ter rebaixamento da nota de crédito e perder grau de investimento. Se isso ocorrer, o país será obrigado a pagar juros maiores para captar recursos no mercado internacional e o endividamento tende a crescer.
- Tudo leva a crer que as agências de rating não serão mais condescendentes como no momento anterior, quando a despeito do conturbado descumprimento do superávit primário em 2014, foi concedido o "beneficio da dúvida" considerando novos gestores da politica econômica do governo - afirma Sidnei Nehme, analista de câmbio da NGO Corretora.
Além do conturbado cenário econômico interno, a expectativa positiva em torno do mercado dos Estados Unidos tem atraído investimentos aplicados no Brasil para lá.
Na tarde desta quinta-feira, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto, uma estratégia do BC para injetar dólares na economia e tentar evitar uma disparada ainda mais brusca do dólar.