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O dólar fechou em alta pelo quinto dia consecutivo nesta terça-feira, a R$ 3,3690, batendo novamente o maior nível dos últimos 12 anos. A alta foi mais modesta do que nos últimos dias - a moeda americana avançou 0,15 frente ao real -, mas por volta das 15h, depois que a agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) anunciou o rebaixamento da perspectiva de evolução da nota da dívida de longo prazo do Brasil, a moeda chegou a R$ 3,43.
Depois de sete pregões seguidos de perdas, a Bovespa terminou o dia em alta de 1,78%, em 49.601 pontos.
A preocupação com as contas públicas do Brasil é um dos motivos para a disparada do dólar. A redução da meta de economia do governo para 2015 e 2016, anunciada pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na semana passada, faz aumentar a preocupação de analistas com o tamanho da dívida pública brasileira.
Quanto mais endividado está um país, mais complicado para seus governantes convencer credores de que é capaz de pagar as dívidas em dia. Como o dólar também obedece à lei de oferta e procura, quanto menos tem, maior fica o preço.
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Analistas também têm demonstrado preocupação com a possibilidade de o Brasil ter a nota rebaixada por agências de classificação de risco. A nota - indicativo para investidores internacionais da confiabilidade do país honrar suas dívidas com credores - é bastante relevante para a comunidade financeira.
Outro fator importante para os próximos passos do dólar é a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, que termina amanhã. Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda americana dar mais um salto. Juros mais atrativos, atrairiam para os Estados Unidos, recursos aplicados hoje no Brasil. Nesta semana, a China também enfrenta a maior onda de venda de ações no mercado acionário chinês em oito anos, que foi parcialmente desencadeada por especulações de que Pequim poderia retirar as medidas recentes de apoio aos mercados locais.
*Zero Hora