A redução da taxa básica de juros aumenta a tomada de risco no sistema financeiro, segundo pesquisa apresentada pelo economista do Banco Central Sérgio de Souza, durante o X Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária.
- Encontramos, de fato, evidências robustas de que uma queda nos juros aumenta os indicadores de risco sistêmico, com um efeito maior no pós-crise financeira global, e os efeitos de longo prazo são significantes - afirmou Souza.
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A pesquisa levou em conta indicadores de política monetária local (Selic e exigências de compulsório) e internacional (com uma proxy para os juros básicos nos EUA), enquanto para a mensuração do risco sistêmico foram utilizados os conceitos de correlação de default e debt rank - que avalia o estresse no sistema causado pela quebra de um banco específico.
Enquanto no caso da Selic foi comprovada uma correlação forte entre o afrouxamento na política monetária e a maior tomada de risco, utilizando o parâmetro das exigências de compulsório os efeitos observados não foram significativos.
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No caso da proxy para o juro nos EUA, a correlação é mais forte na amostra anterior à crise financeira global, com influência pequena para o risco sistêmico no Brasil após esse período.
- Um dos motivos é que as políticas utilizadas para gerenciar as questões de liquidez no Brasil podem ter afetado essa transmissão - afirma Souza.
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No mesmo painel, Seung Lee, pesquisador do Federal Reserve, apresentou trabalho sobre a tomada de risco e as taxas de juros, sob a ótica dos mercados globais de empréstimos sindicalizados. Já Ricardo Correa, também do Fed, falou sobre as evidências internacionais de que o suporte implícito dos governos aos bancos aumenta a tomada de risco. O evento teve como moderador o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Tony Volpon.
*Estadão Conteúdo