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O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira a previsão de queda de 3% da economia brasileira em 2015, o dobro da estimativa anterior, além de um resultado negativo de 1% em 2016.
A situação no país afetará o resultado geral do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe, indicador que deve registrar contração de 0,3% em 2015, também abalado pela Venezuela e pela queda nos preços das matérias-primas. Para 2016, o FMI prevê uma leve recuperação de 0,8% para o continente.
O Brasil acumula perda do grau de investimento da agência S&P, desvalorização do real para a menor cotação em 12 anos, escândalos de corrupção, protestos contra as tentativas de austeridade e descontentamento com o governo da presidente Dilma Rousseff, que tem índice de popularidade abaixo de 10%, menos de 10 meses depois do início do segundo mandato de quatro anos.
A Venezuela, afetada pela queda dos preços dos petróleo e por uma crise política, deve registrar queda de 10% neste ano e de 6% no próximo, segundo um relatório do FMI, que realiza sua reunião anual em Lima.
"Nos países que não integram o grupo das economias avançadas, as fontes de desaceleração e crescimento são diversas e vão desde a queda dos preços das matérias primas até o grande endividamento gerado anteriormente pelo rápido crescimento do crédito e pelas turbulências políticas", afirma o organismo internacional.
"Para as economias de mercados emergentes e em desenvolvimento em seu conjunto, nosso prognóstico é de que o crescimento se reduzirá pelo quinto ano consecutivo em 2015", completa o relatório da instituição.
Exportadora de matérias primas, a região se viu abalada por uma demanda menor da China, seu principal comprador, que está em desaceleração e privilegia o estímulo de sua economia interna, que deve crescer apenas 6,8% em 2015, o menor desempenho nos últimos 25 anos.
Outro país que sentirá os efeitos da turbulência econômica é o Equador, que deve registrar contração de 0,6% em 2015.
Por outro lado, algumas nações devem registrar crescimento, como Paraguai (3%), Colômbia e Uruguai (2,5% cada), Peru (2,4%), México e Chile (2,3% cada), além da Bolívia (4,1%), cuja economia é centralizada no Estado e tem um avanço maior que as dos vizinhos.
* AFP