
Com a arrecadação em queda e mesmo segurando despesas, o governo central voltou a registrar déficit em setembro. No mês passado, o resultado do governo central, que reúne Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, foi saldo negativo de R$ 6,932 bilhões. Com isso, o resultado primário de janeiro até setembro ficou -R$ 20,938 bilhões, o pior resultado para o período da série histórica, que tem início em 1997.
Em 12 meses, o governo central acumula déficit de R$ 22,3 bilhões, o equivalente a -0,39% do PIB. Já ciente desse cenário, o governo avisou na última terça-feira ao Congresso Nacional que não cumprirá a meta de superávit primário de R$ 5,8 bilhões e prevê agora um déficit de R$ 51,8 bilhões, cerca de -0,8% PIB.
O resultado de setembro representa uma queda real de 4,6% nas receitas em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as despesas tiveram um recuo real de 16,8%. Nos primeiros nove meses do ano, as receitas do governo central recuaram 4,7%, e as despesas caíram 4%.
O resultado de setembro veio melhor do que a mediana das expectativas do mercado financeiro. O levantamento do AE Projeções com 22 instituições previu um saldo negativo de R$ 6,5 bilhões a R$ 29,3 bilhões, com mediana deficitária em R$ 13,6 bilhões.
* Estadão Conteúdo