Economia

Em Davos

"Mercado pode gerar progresso, mas também desigualdade e volatilidade", diz Barbosa

Ministro da Fazenda participou de um painel do Fórum Econômico Mundial sobre a retomada do crescimento global

Agência Estado

Nelson Barbosa (o segundo da E para a D) defendeu ação de governos emergentes para reduzir a desigualdade social

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reconheceu a importância do papel do mercado financeiro na economia, mas ressaltou que muitas vezes é preciso que o governo intervenha para coordenar temas e evitar problemas. Em Davos, na Suíça, em um painel do Fórum Econômico Mundial sobre a retomada do crescimento global, Barbosa foi um dos debatedores e também defendeu ação de governos emergentes para reduzir a desigualdade na sociedade.

– O mercado pode produzir progresso e produtividade, mas também pode produzir desigualdade e volatilidade. Isso requer alguma ação de governo – disse Barbosa.

Crise reduz arrecadação da Receita Federal em 5,62%

O ministro brasileiro defendeu que os governos não devem ser "atores, mas coordenadores" da economia, especialmente nos países emergentes. Essa coordenação serve, por exemplo, para facilitar o caminho do capital privado para investir na economia.

– É ter políticas desenvolvidas para que os mercados possam fazer coisas – resumiu.

Barbosa mencionou ainda que, em termos amplos, a principal responsabilidade dos governos é "manter a estabilidade econômica". Esse objetivo, explicou, pode ser atingido de várias maneiras, e a população escolhe o modelo através das eleições.

Plano de Barbosa é ampliar o crédito, mas a demanda está escassa

Questionado por um dos presentes sobre os indicadores tradicionais da economia, Barbosa comentou que o Produto Interno Bruto "não é a única variável objeto para as políticas econômicas".

– Como país emergente, acho que o aumento da renda per capta é importante. Combinados (crescimento da economia e renda per capta) podem reduzir a desigualdade – avaliou.

– Isso requer ação do governo e é isso que temos visto nos últimos anos – acrescentou ao se referir à experiência brasileira.

Essa estratégia é positiva em termos econômicos, argumentou o ministro, porque a redução da desigualdade resulta em aumento da classe média, o que aumenta o mercado consumidor.

BC mantém juro em 14,25% ao ano, e governo mira freio na recessão

Barbosa citou ainda que o Brasil usou o boom de commodities para "financiar a rede de proteção social", dizendo que os recursos obtidos com o aumento de preço das matérias-primas foram importantes para reduzir a pobreza, a desigualdade, incluir pessoas e até melhorar a produtividade no país. Agora, porém, como fim do boom, o ministro disse que o Brasil vive fase de transição, em que é preciso consolidar as conquista sociais e preparar a economia para um crescimento em novas bases.

Perguntado sobre a queda do PIB prevista para 2016, Barbosa lembrou que o Brasil é um país grande, com economia diversificada, que fabrica de aviões a manufaturas simples. Segundo o ministro, a solução das atuais dificuldades exige mudanças estruturais, mas essas em democracias têm que ser discutidas com a sociedade.

Leia as últimas notícias

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Verão na Gaúcha

15:00 - 18:00