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A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) prevê que 2017 marcará o início da retomada das economias brasileira e gaúcha, mas o mercado de trabalho ainda sofrerá as consequências da crise.
A entidade traça três projeções possíveis para o próximo ano. No cenário base, a previsão é de que o Brasil perca 614,6 mil postos de trabalho, enquanto o Rio Grande do Sul registre 6,4 mil novas vagas. Os números foram apresentados em evento na manhã de terça-feira, na sede da entidade. As informações são do Blog Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
– Seguiremos destruindo empregos, mas em ritmo menor – projetou o economista da Fiergs André Nunes.
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A cautela da Fiergs apareceu também nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB). A economia brasileira, conforme a estimativa da federação, terá crescimento de 0,5%. De acordo com o estudo, o Rio Grande do Sul seguirá o ritmo semelhante, com alta de 0,4%. Com a expectativa de desempenho negativo, o setor de serviços tende a estancar uma alta maior do PIB nacional. A indústria do país, segundo a Fiergs, poderá ter crescimento de 0,9% na produção.
– É o início de um processo de reabilitação – comenta o presidente, Heitor Müller.
Mas a indústria do Rio Grande do Sul patina mais. A Fiergs calcula que o Índice de Desempenho Industrial para o ano que vem será de 0%.
– O industrial está com dificuldade para conseguir crédito e, para gerar o negócio, reduz margem de lucro – explicou Nunes.
Essas barreiras deixam os empresários desanimados, o que contribui para a queda da confiança na economia.
– Sem dinheiro em caixa e sem crédito, os investimentos das empresas param – complementou o economista.
OS CENÁRIOS BASE TRAÇADOS PELA FIERGS PARA 2017
Brasil
* Pequeno crescimento sobre uma base de comparação deprimida
* Acomodação do câmbio
* Extinção menor de vagas de trabalho
* Avanço de importações
* Queda na inflação e nos juros
Rio Grande do Sul
* Baixo crescimento estimulado pela melhora do cenário nacional
* Queda na margem das exportações e aumento moderado de importações
* Arrecadação de ICMS tem crescimento menor do que a atividade econômica
* Mercado de trabalho desaquecido, com elevada taxa de desemprego
Outras projeções
* Taxa de juros Selic: 11,5%
* Dólar: R$ 3,40
* Balança comercial: US$ 46,2 bilhões
* Inflação: 5,5% (IPCA)
* ICMS no RS: R$ 31,6 bilhões