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O Brasil registrou deflação – descida generalizada dos preços – depois de 11 anos. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve recuo de 0,23%.
No mês anterior, o indicador havia apresentado leve alta de 0,31%. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7).
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Esse é o resultado mais baixo para junho desde o início do Plano Real, em 1994. O último número mensal negativo havia sido registrado em junho de 2006, quando o índice estava em -0,21%. Conforme o IBGE, o IPCA não era tão baixo desde agosto de 1998, quando a taxa atingiu -0,51%.
Em junho, os três grupos de produtos e serviços que concentram cerca de 60% das despesas domésticas foram os que apresentaram as quedas mais intensas: alimentação (-0,50%), habitação (-0,77%) e transporte (-0,52%). O trio respondeu por -0,33 ponto porcentual na deflação de 0,23% registrada pelo IPCA.
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Houve, ainda, queda em artigos de residência, de 0,07% no mês. Na direção oposta, os aumentos foram registrados em vestuário (0,21%), saúde e cuidados pessoais (0,46%), despesas pessoais (0,33%), educação (0,08%) e comunicação (0,09%).
Com o resultado do mês passado, o IPCA fechou o primeiro semestre com variação positiva de 1,18%, abaixo 4,42% registrados em igual período de 2016. Considerando apenas os primeiros seis meses do ano, é o resultado mais baixo da série histórica. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação foi para 3%.