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O presidente Michel Temer disse ao chegar em Mendoza, na Argentina, na noite desta quinta-feira (20) que a decisão anunciada pelo governo de anunciar aumento de PIS/Cofins para gasolina, diesel e etanol está em linha com a responsabilidade fiscal e será bem compreendida pela população.
– Vocês lembram que nós abandonamos logo no começo do governo a CPMF, algo que estava no horizonte de todos quando assumimos. (...) Mas agora levamos a efeito um pequeno aumento que diz respeito apenas ao combustível e não diz respeito ao serviço – afirmou.
– A população vai compreender porque esse é um governo que não mente – completou Temer, ressaltando que é preciso dizer "exatamente o que está acontecendo".
Ouça a íntegra da entrevista de Temer:
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Segundo o presidente, a medida não atrapalhará a retomada da economia.
– Pelo contrário, isso (aumento de impostos) é o fenômeno da responsabilidade fiscal. Essa responsabilidade fiscal é que implicou neste pequeno aumento do PIS/Cofins – destacou.
Temer negou que a medida - que não precisa de aprovação do Congresso para entrar em vigor - tenha sido tomada por conta da frustração com a não aprovação das reformas.
– O Congresso sempre colaborou conosco – disse.
Segundo ele, a decisão de aumentar o PIS/Cofins foi adotada por um critério de responsabilidade fiscal.
Mercosul
O presidente comentou ainda sobre a 50ª Cúpula do Mercosul, que acontece nesta sexta-feira, e disse que o Brasil terá a honra de assumir a presidência do bloco neste semestre. O objetivo, segundo ele, é continuar o trabalho feito nos últimos meses pelo presidente argentino, Mauricio Macri.
– Estamos reformulando o Mercosul, a última reunião se deu em 2015. Estamos retomando, espero continuar o trabalho que Macri vem desenvolvendo.
Em relação à Venezuela, Temer afirmou que os países do bloco têm uma relação institucional e de grande preocupação com o povo venezuelano.
– Vamos continuar trabalhando para a redemocratização da Venezuela.
Veja como foi a entrevista na íntegra:
Jornalista: Presidente, com esse aumento de impostos anunciados hoje no Brasil, não tem a chance de atrapalhar um pouco dessa retomada da economia que ainda está um pouquinho devagar?
Presidente: Ao contrário. Você sabe que isto é o fenômeno da responsabilidade fiscal. E esta responsabilidade fiscal é que importou neste pequeno aumento do PIS/Cofins. Exatamente para manter, em primeiro lugar, a meta fiscal que nós estabelecemos. Em segundo lugar, para assegurar o crescimento econômico que pouco a pouco vem vindo. Vocês estão percebendo que, aos poucos, o crescimento vem se revelando. Então era preciso estabelecer este aumento do tributo para manter esses pressupostos que eu acabei de indicar.
Jornalista: (incompreensível) este aumento foi necessário pelo fato de outras medidas que previam a arrecadação de impostos não terem sido aprovadas no Congresso em função de toda a turbulência pela qual passou o Congresso?
Presidente: Não. Acho que aconteceu o seguinte: o Congresso sempre colaborou conosco. Veja que as reformas todas que foram feitas, foram feitas com o apoio dos parlamentares, dos deputados e senadores. E nós, vocês se lembram que nós abandonamos logo no início a história da CPMF, que era algo que estava no horizonte de todos. Quando nós assumimos, nós não levamos a efeito esta matéria, mas agora levamos a efeito um pequeno aumento que diz respeito apenas aos combustíveis. Não diz respeito, por exemplo, aos serviços.
Jornalista: Dá para explicar normalmente para a população… a população compreenderá?
Presidente: A população vai compreender porque este é um governo que não mente, não dá dados falsos. É um governo verdadeiro, então, quando você tem que manter o critério da responsabilidade fiscal, a manutenção da meta, a determinação para o crescimento, você tem que dizer claramente o que está acontecendo. O povo compreende.
Jornalista: E a Cúpula do Mercosul, presidente? Sobre o Mercosul, presidente…
Presidente: ... porque ninguém pergunta do Mercosul. Amanhã o Brasil terá a honra de assumir a presidência do Mercosul, muito bem levada adiante pelo presidente Macri durante o primeiro semestre, e nesse segundo semestre caberá ao Brasil. Nós estamos, na verdade, reformulando o Mercosul. Vocês sabem que a última reunião se deu em 2015, e agora nós estamos retomando essas reuniões. Eu espero continuar o trabalho que o presidente Macri desenvolveu com tanta propriedade ao longo desse semestre.
Jornalista: (incompreensível) em relação à Venezuela?
Presidente: A Venezuela, nós todos temos uma relação institucional com o Estado venezuelano, temos grande preocupação com o povo venezuelano e grande amizade com o povo venezuelano. Agora ao longo do tempo, tanto agora sob a presidência do Mercosul, do presidente Macri, como sob a minha presidência, nós vamos continuar trabalhando na redemocratização do Estado venezuelano.