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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o que chamou de "jeitinho" do governo federal para fechar as contas públicas. Além de rejeitar qualquer aumento de impostos para o equilíbrio entre receitas e despesas, Maia rechaçou o aumento da meta fiscal como solução para os rombo fiscal.
– A gente sabe que está difícil, mas se nós não organizarmos as contas públicas de uma vez, vai ficar cada vez mais difícil fechar as contas no futuro. Se cada vez damos jeitinho e aumentamos a meta mais do que precisa, você acaba gerando gastos desnecessários. Fica parecendo que as coisas caminham bem. A gente sabe que a coisa não caminha bem – afirmou.
Questionado sobre que sugestões tem feito ao governo para a solução do problema, Maia negou que isso seja tarefa do Poder Legislativo.
– A resposta sobre a meta fiscal quem tem de dar é o governo. Não vou decidir pelo governo. Vou continuar criticando, não é responsabilidade do Legislativo uma proposta de mudar a meta – argumentou.
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Antes, porém, ele voltou a defender o enxugamento do Estado, com foco na reforma da Previdência e na redução de privilégios de servidores.
– Os caminhos pra se fechar o caixa são cada vez menores. Ou a gente reduz o tamanho do Estado, ou vai chegar uma hora que a dívida vai explodir. Se não reduzirmos, principalmente, o gasto da Previdência, esse teto de gastos vai ser atingido rapidamente. Precisamos acabar com benefícios que poucos têm na sociedade brasileira – complementou.
Maia ainda culpou as projeções equivocadas de arrecadação, feitas pelo governo, e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) para explicar o agravamento da situação fiscal.
– Você teve algumas questões que geraram situação que vivemos hoje. Houve, de fato, uma projeção errada de arrecadação do governo. Um segundo ponto é que a reoneração da folha de pagamento caiu porque a Casa ficou praticamente parada com a votação da denúncia da PGR – explicou.
O presidente da Câmara acrescentou que espera, "nas próximas horas", uma nova proposta do governo para poder organizar a votação do Refis, novo programa de refinanciamento de dívidas com a União.
Reunião com equipe econômica
Maia marcou uma reunião, na manhã desta terça-feira (15), entre os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, e os líderes da base aliada do governo, na residência oficial da presidência da Câmara. Segundo Maia, o objetivo é que a equipe econômica explique aos parlamentares a situação fiscal do país.
– Pedi que eles apresentassem de forma clara para os líderes da base a situação fiscal do Estado brasileiro para que cada um saiba como aumenta a despesa e onde vai buscar receita para cobrir essa despesa. O déficit da Previdência aumenta 40, 50, 60 bilhões de reais por ano. Onde vai se buscar dinheiro? – questionou.