
Hillary Clinton venceu, nesta terça-feira, a última primária do Partido Democrata, realizada em Washington DC, e se reuniu com o rival Bernie Sanders. De acordo com os canais CNN e NBC, a ex-secretária de Estado triunfou na capital federal com cerca de 80% dos votos.
Após o anúncio do resultado, Hillary e Sanders se encontraram em um hotel de Washington "e tiveram uma discussão positiva sobre suas respectivas campanhas, sobre a unidade do partido e a perigosa ameaça que Donald Trump representa para a nação", segundo um comunicado divulgado pela campanha da pré-candidata.
– Tiveram uma discussão positiva sobre a melhor maneira de atrair mais pessoas ao processo político e sobre a ameaça representada por Trump – disse Michael Briggs, porta-voz de Sanders.
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Uma das primárias mais surpreendentes em várias décadas chegou ao fim com dois virtuais vencedores: Hillary, pelos democratas, e Trump, pelos republicanos. Ambos já estão envolvidos em uma dura batalha pela presidência.
Longe de resultar em uma união nacional, o atentado que deixou 49 mortos e 53 feridos em uma boate gay de Orlando, no último final de semana, reativou o debate entre os dois adversários, que apresentaram pontos de vista opostos para o combate ao terrorismo.
O magnata de Nova York ampliou a proposta de vetar a entrada de muçulmanos no país, ao afirmar que, se eleito, "suspenderia" a imigração de países com uma "história comprovada de terrorismo". Hillary, por sua vez, se mostrou mais altiva ao invocar "o espírito de 12 de setembro", o sentimento de união nacional após os atentados de 2001.
No entanto, quando Trump insinuou que o presidente Barack Obama simpatizava com o grupo extremista Estado Islâmico, que reivindicou o atentado em Orlando, a ex-secretária de Estado criticou os comentários "vergonhosos":
– Em tempos de divisões políticas, isso está além de qualquer coisa que alguém que aspira ser presidente dos Estados Unidos deveria dizer.
Os democratas de Washington votaram nas primárias uma semana depois de Hillary ter assegurado o número necessário de delegados para garantir a indicação. Senador por Vermont, Sanders nega-se a abandonar a disputa, mas na semana passada adotou um tom mais conciliador ao prometer "trabalhar" com a ex-primeira-dama para derrotar Trump em novembro.
Ele tentará influenciar a plataforma eleitoral democrata antes da convenção partidária, no fim de julho, na Filadélfia, que provavelmente designará Hillary como candidata oficial à presidência. Entretanto, está subentendido que o senador autoproclamado "democrata socialista", que reuniu milhares de pessoas em sua campanha, especialmente jovens, com sua mensagem antissistema, deverá impor condições para formalmente alinhar-se com a adversária.
Na semana passada, Obama anunciou apoio a Hillary, depois de uma reunião com Sanders na Casa Branca.