
A polícia turca prendeu, nesta quinta-feira, 13 suspeitos, entre eles três estrangeiros, do atentado no aeroporto Ataturk, em Istambul, que deixou mais de 40 mortos na última terça. Os agentes turcos realizaram as detenções depois de operações simultâneas em 16 domicílios da cidade, informou a agência de notícias pró-governamental Anadolu.
O governo local vê indícios de relação do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) com a ação. Segundo autoridades, o número de vítimas fatais aumentou para 43, incluindo 19 estrangeiros.
Leia mais
Atentado em Istambul representa novo golpe contra turismo na Turquia
Aeroporto de Istambul é um dos mais protegidos do mundo
Aeroporto de Istambul reabre após triplo atentado
O primeiro-ministro, Binali Yildirim, explicou na quarta-feira que "os terroristas, depois de inicialmente tentarem passar pelos (primeiros) controles de segurança", logo na entrada do terminal, mudaram de ideia. De acordo com ele, os homens "voltaram com fuzis que tiraram de suas malas antes de atravessar os controles, disparando indiscriminadamente contra as pessoas".
- Um deles detonou seus explosivos no lado de fora. Os outros dois aproveitaram o pânico, entraram no aeroporto e detonaram seus explosivos - disse.
Um funcionário de alto escalão turco próximo à presidência, que não quis revelar seu nome, forneceu à agência de notícias AFP outra versão. Inicialmente, foi registrada uma explosão quando um suicida entrou no setor de desembarque e detonou os explosivos. Depois, um segundo, aproveitando o pânico, foi ao embarque, onde acionou sua carga. Finalmente, o terceiro, que esperava do lado de fora, explodiu.
Nesta quinta-feira, o atentado ainda não havia sido reivindicado e as autoridades turcas não identificaram até o momento os criminosos. O jornal Hurriyet informou que um dos terroristas era um combatente checheno de nome Osman Vadinov, que teria viajado de Raqa, reduto do EI na Síria, à Turquia.
O primeiro-ministro Binali Yildirim considerou que "os indícios apontam para o Daesh", acrônimo em árabe do EI, contra o qual a Turquia, inicialmente acusada de conivência, precisou adotar uma posição mais dura. O chefe dos serviços de inteligência americanos (CIA), John Brennan, indicou na quarta-feira que o atentado levava "a marca da depravação do EI".
O ataque em Istambul, o quarto e mais mortífero em um ano na primeira cidade do país, comoveu a Turquia e foi condenado por muitas capitais. O primeiro-ministro disse que aumentará "a presença de pessoas treinadas" nos aeroportos turcos.
As forças de segurança mataram, no sábado, na fronteira síria, dois supostos membros do Estado Islâmico, um dos quais planejava um atentado suicida na Turquia, informou Anadolu.
O jornal de oposição Cumhuriyet criticava, nesta quinta-feira, o governo e perguntava "Alguém vai renunciar?", lembrando que, depois dos atentados no aeroporto e no metrô de Bruxelas, em março, dois ministros belgas apresentaram suas demissões.
O "modus operandi" dos ataques no Ataturk lembra as ações jihadistas de novembro em Paris (130 mortos) e da capital da Bélgica (32 mortos). Várias fotos e vídeos chocantes compartilhados nas redes sociais mostravam uma enorme bola de fogo na entrada do terminal de voos internacionais e passageiros no chão do hall.
Istambul e Ancara foram atingidos desde o ano passado por uma série de atentados que deixaram 260 mortos e criaram um clima de forte insegurança. O alvo dos atentados na Turquia foram as forças de segurança e os lugares turísticos, o que provocou uma queda imediata de visitantes, e foram atribuídos ao EI ou aos rebeldes curdos, especialmente aos TAK, próximos ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Leia as últimas notícias de Mundo