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Atentado em Nice

Premier diz que autor de ataque é "terrorista ligado ao Islã radical"; ministro francês discorda

Bernard Cazeneuve não confirmou informação dada por primeiro-ministro

AFP

O tunisiano que dirigiu seu caminhão contra uma multidão na quinta-feira à noite, matando ao menos 84 pessoas, é "sem dúvida um terrorista ligado ao islamismo radical", declarou nesta sexta o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

– É, sem dúvida, um terrorista ligado ao islamismo radical de uma maneira, ou de outra. Sim, foi um ato terrorista, e nós vamos buscar cúmplices – disse Valls, no canal de televisão France 2.

Porém, em declarações também nesta sexta-feira, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, não confirmou esta versão. Questionado sobre se podia afirmar que o assassino estava "ligado ao Islã radical", Cazeneuve respondeu "não", em entrevista ao canal de televisão TF1.

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Mohamed Lahouaiej-Bouhlel dirigiu um caminhão contra uma multidão que estava reunida na quinta à noite na cidade costeira de Nice para comemorar o feriado nacional de 14 de julho. A tragédia provocou terror em uma França já marcada por dois atentados extremistas em 2015.

Na mesma entrevista ao France 2, Manuel Valls anunciou que a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos vai reforçar seus recursos militares contra o grupo Estado Islâmico (EI) na reunião de ministros da Defesa dos países envolvidos. O encontro acontece em 20 de julho, em Washington.

Segundo o premiê, o dispositivo de segurança para a festa do 14 de Julho foi "o mesmo" que aquele mobilizado para o carnaval de Nice e para a Eurocopa 2016, disputada – em parte – nessa cidade da Riviera Francesa.

– Nos declararam a guerra, e essa guerra nós lutamos no Iraque e na Síria. Tenho a convicção de que ganharemos essa guerra contra o terrorismo – completou Valls.

Na noite de quinta-feira, em seu primeiro discurso em rede nacional após a tragédia em Nice, o presidente François Hollande já havia declarado que a França "reforçará" sua "ação no Iraque e na Síria".

Na véspera do 14 de Julho, Hollande anunciou novo envio de soldados franceses para aconselhar as forças iraquianas e a mobilização do porta-aviões Charles de Gaulle para o Oriente Médio na metade do segundo semestre.

Os Estados Unidos também anunciaram o envio de outras centenas de soldados americanos para o Iraque, com o objetivo de ajudar as forças do governo a combater o EI e retomar a cidade de Mossul. Com isso, o contingente militar será de mais de 4,6 mil homens no Iraque.

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