A Coreia do Norte advertiu, nesta quinta-feira, que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o futuro governo do republicano terão que lidar com um "Estado nuclear" e classificou as tentativas norte-americanas de desnuclearização de "ilusão obsoleta". Entretanto, a publicação não cita diretamente o nome do magnata.
"Se há algo que o governo de Obama fez foi colocar em grave perigo a segurança do continente americano", afirma o jornal do partido único do país em um editorial.
"Lega ao novo governo a carga de ter que fazer frente ao Estado nuclear de Juche", completa o jornal Rodong Sinmum, em referência à doutrina ideológica norte-coreana centrada na noção de "autossuficiência".
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Alguns especialistas pedem, há algum tempo, uma mudança no tratamento de Washington a Pyongyang. O coordenador do serviço de inteligência norte-americano, James Clapper, afirmou no final de outubro que tentar convencer a Coreia do Norte a renunciar ao programa nuclear é algo fadado ao fracasso.
Histórico
Durante a presidência de Barack Obama, Washington se mostrou inflexível na postura de rejeitar uma Coreia do Norte nuclear, condicionando qualquer diálogo a um compromisso – com possibilidade de comprovação – do país com desnuclearização.
O jornal oficial norte-coreano cita os comentários de James Clapper para afirmar que existe um consenso geral para aceitar a Coreia do Norte como Estado nuclear.
As autoridades americanas "devem tomar nota das declarações de Clapper. As esperanças americanas de desnuclearização da Coreia do Norte são uma ilusão obsoleta", afirma a publicação.
Donald Trump não explicou durante a campanha qual será sua política específica para a Coreia do Norte, mas deu a entender que estava aberto a estabelecer negociações com o regime norte-coreano de Kim Jong-Un.
– Se viesse aqui, aceitaria – afirmou, em junho, a simpatizantes de Atlanta.
Desde seu primeiro teste nuclear de 2006, a Coreia do Norte sofreu cinco séries de sanções da ONU. Depois do quinto teste nuclear, realizado em setembro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas debate novas sanções.