Centenas de estudantes do ensino médio de Los Angeles e outras cidades americanas deixaram as salas de aula nesta segunda-feira para protestar contra a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
Os jovens exibiam cartazes com dizeres "Levantem-se" e "Fiquem juntos", que se misturavam a bandeiras dos Estados Unidos e do México.
A mobilização foi realizada de forma pacífica no leste de Los Angeles até uma praça em Boyle Heights, bairro predominantemente hispânico.
Manifestações similares foram realizadas em Portland (Oregon), em Silver Spring (Maryland), em um reflexo da comoção que o resultado das eleições, há uma semana, ainda gera.
Os protestos em Los Angeles ocorreram apesar do apelo das autoridades de os alunos não perderem aulas e encontrarem outras formas de expressar seu incômodo com a eleição do republicano na semana passada.
"Apesar de ter passado uma semana da eleição presidencial, muitos estudantes continuam preocupados com o desenlace [da eleição] e querem que suas vozes sejam ouvidas", disse Michelle King, superintendente do distrito escolar de Los Angeles.
"Queremos que nossos alunos saibam que não estão sozinhos. No entanto, é fundamental que os estudantes não permitam que seus sentimentos ponham sua educação em risco", acrescentou.
A imprensa local em Maryland mostrou centenas de estudantes de cinco escolas marchando em Silver Spring com cartazes com mensagens como "Não é meu presidente", em alusão a Trump.
Apesar de terem bloqueado o tráfego, os motoristas não pareciam se incomodar, e incentivavam os manifestantes com buzinaços e gritos de aprovação.
Manifestações anti-Trump foram realizadas em toda a semana passada depois das eleições. No fim de semana, umas dez mil pessoas marcharam em Los Angeles e quinze mil em Nova York.
Os manifestantes criticam o discurso incendiário que o presidente eleito teve contra imigrantes, muçulmanos e mulheres na campanha.
"Quero dizer às pessoas que não queremos Donald Trump como nosso presidente porque é um racista, tenho mais imigrantes e tenho medo de perdê-los", disse Evelin Miranda, de 16 anos, ao jornal Los Angeles Times.
A princípio, Trump afirmou que os protestos contra ele tinham sido "incitados" pela mídia, mas na sexta-feira baixou o tom e elogiou os manifestantes por sua "paixão por nosso grande país".
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